domingo, 26 de dezembro de 2010

NOVAS DESCOBERTAS EM ENDOMETRIOSE

Está aí uma excelente notícia para fechar nosso blog no ano de 2010!

Já postamos esta novidade na nossa comunidade do Orkut, mas achei interessante também postar aqui no blog, pois estamos sempre de olho em tudo que diz respeito aos avanços na pesquisa sobre Endometriose e procuramos sempre divulgar!

Neste mês, recebemos a notícia de que um grupo de médicos - Andrew Morris, Cecilia Lindgren e Zondervan Krina - divulgaram o resultado parcial de uma pesquisa que visava descobrir as variantes genéticas que poderiam estar associadas ao aparecimento da Endometriose. Estes resultados foram publicados numa importante revista cientifica, chamada “Nature Genetics”.

Ao que parece, descobriram que dois cromossomos (1 e 7) podem estar intimamente relacionados ao desenvolvimento da Endometriose, o que daria características genéticas à doença.

Certamente, esta foi uma descoberta importante, mas carece de mais pesquisas até que se chegue à uma conclusão que possa nos beneficiar em termos de tratamento e até de prevenção da doença!

Vamos aguardar e torcer para que isto aconteça logo!

Confiram abaixo a reportagem retirada do site http://www.alert-online.com:

"DESCOBERTAS VARIANTES GENÉTICAS ASSOCIADAS AO RISCO DE ENDOMETRIOSE"


Estudo publicado na “Nature Genetics”


Foram identificadas duas variantes genéticas associadas ao aumento do risco de desenvolvimento de endometriose, revela um estudo publicado no “Nature Genetics”.


A endometriose é uma doença ginecológica comum que afecta cerca de 6 a10 % das mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizada pelo crescimento de células do tecido endometrial, que normalmente só se encontram no revestimento uterino, fora do útero. Este crescimento de placas de tecido endometrial pode causar inflamação e aderências e resultar em dor pélvica, bem como em infertilidade. Contudo, a razão pela qual surgem as placas e como crescem fora do útero ainda não é conhecida.

Em alguns casos, a endometriose só causa sintomas leves que não são diagnosticados, mas em casos mais graves, pode ter um efeito limitativo sobre a vida da mulher. Os tratamentos actuais resumem-se apenas a cirurgia e a medicação hormonal esta última comporta inúmeros efeitos secundários.


Neste estudo, os investigadores do International Endogene Consortium compararam os genomas de mais de 5.500 mulheres oriundas do Reino Unido, Austrália e EUA que foram cirurgicamente diagnosticadas com endometriose e de mais de 10 mil mulheres saudáveis.

Os investigadores, liderados por Krina Zondervan da University of Oxford, EUA, identificaram assim duas novas variantes genéticas que aumentavam o risco de desenvolvimento da doença, particularmente nos estádios moderados a severos.


A primeira variante foi encontrada no cromossoma 7 que se pensa estar envolvido na regulação de genes associados ao desenvolvimento do útero e do seu revestimento. A segunda variante foi identificada no cromossoma 1, próxima do gene Wnt4. Este gene é importante para o metabolismo hormonal e o desenvolvimento do sistema reprodutivo feminino, especialmente os ovários, fazendo com que seja um candidato associado à endometriose.


Em comunicado enviado à imprensa, Krina Zondervan, revela que este estudo mostra pela primeira vez que as variações no ADN tornam as mulheres mais susceptíveis ao desenvolvimento da endometriose. “Agora necessitamos de perceber qual o efeito dessas variações nas células e nas moléculas do organismo”, explicou a especialista, acrescentando ainda estar confiante que os resultados do estudo ajudem no desenvolvimento de métodos de diagnóstico menos invasivos e de tratamentos mais eficazes.


ALERT Life Sciences Computing, S.A.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CONHECENDO O ENDOMETRIOMA DE OVÁRIO OU "CISTO DE CHOCOLATE"



Finalmente vamos falar sobre um cisto muito comum entre as endometrióticas e talvez o "mais temido" por todas nós: o Endometrioma de Ovário.

O endometrioma é um tipo de cisto que se forma no ovário de quem tem endometriose. E recebe um apelido não muito feliz: Cisto de Chocolate. Digo que não é feliz, porque o endometrioma está muito longe de ser tão bom e saboroso como um chocolate! Mas, o apelido tem motivo!

Para compreendermos melhor, vamos falar um pouco sobre os diferentes tipos de "Cistos de Ovário":


- O que é um Cisto de Ovário?

Um cisto no ovário é qualquer acúmulo de líquidos envolvidos por uma parede fina dentro de um ovário. Qualquer folículo ovariano que seja maior ou igual a 2 centímetros é considerado um cisto. Ele pode ser pequeno como uma ervilha ou tão grande quanto uma laranja.


Geralmente encontram-se três tipos de cistos ovarianos (estes são os mais comuns, porém existem outros tipos também):


*Folicular ou Cistos Ovarianos Funcionais;
*Cistos de Corpo Lúteo;
*Endometrioma ou "Cistos de Chocolate"


- O que é um Cisto Folicular ou Funcional?

 Este tipo de cisto é comum e benigno e surge em resposta a um ciclo menstrual normal. Cada vez que um óvulo é produzido pelo ovário se forma um pequeno cisto. Este cisto se rompe para liberar o óvulo durante o processo de ovulação. Algumas vezes pode não se romper e, então, começa a crescer dentro do ovário. Eles não crescem muito e geralmente acabam encolhendo após o período da ovulação, não sendo necessária uma cirurgia para retirá-los. Algumas mulheres podem sentir dores pélvicas quando este cisto se rompe (na ovulação) podendo durar de 24 a 48 horas. A dor é devida a uma pequena quantidade de sangramento que sai no momento do rompimento e é irritante para a cavidade abdominal. Se o sangramento persiste ou é excessivo, indica-se a cirurgia, do contrário a conduta é aguardar de 3 a 6 semanas até o desaparecimento do cisto.


- O que é um Cisto de Corpo Lúteo?

São muito menos comuns do que os cistos foliculares. Os cistos de corpo lúteo se desenvolvem após a liberação do óvulo pelo ovário. Quando a ruptura acontece, o folículo que permanece no ovário transforma-se em uma pequena glândula temporária que produz hormônios importantes para o início da gravidez. Esta glândula é conhecida como Corpo Amarelo ou Corpo Lúteo. Se a gravidez não ocorre, geralmente o corpo lúteo desaparece. Mas, se ele se encher de fluidos e atingir um tamanho maior que 3 cm, passa a ser chamado de "Cisto de Corpo Lúteo". Ele pode causar dores no baixo ventre e ao toque vaginal, e quando se rompe pode provocar um quadro de abdomem agudo, frequentemente confundido com apendicite aguda. A ruptura deste cisto pode acontecer durante o ato sexual ou após o período menstrual, quando se encontra maior. Em alguns casos é necessária a cirurgia para removê-los.


ENDOMETRIOMA OU "CISTOS DE CHOCOLATE"

- O que são?

O Endometrioma de ovário é consequência da Endometriose Ovariana. Ele se forma a partir de pequenas células do endométrio que se desprendem do útero e se fixam no ovário, formando pequenos cistos na parede externa do ovário. Estes cistos respondem ao estímulo hormonal durante o ciclo menstrual e crescem produzindo vários pequenos cistos que podem ocupar e até mesmo substituir o tecido ovariano normal. Estes endometriomas são preenchidos por um líquido semelhante a chocolate derretido, razão pela qual são conhecidos como "Cistos de Chocolate". Quando este cisto se rompe, o seu conteúdo se espalha pela pelve e na superfície do útero, bexiga e intestino podendo causar aderências entre estes órgãos e no espaço entre eles, além de forte dor pélvica.

- Qual a relação entre os endometriomas e a infertilidade?

Os endometriomas parecem não afetar a qualidade do óvulo, mas podem interferir com o desenvolvimento folicular e a ovulação. E isto ocorre principalmente por causa das aderências que os endometriomas causam, "grudando" os órgãos entre si e dificultando a captura do óvulo pelas trompas.

- Quais são os sintomas?

Se estes cistos permanecem menor que 3 cm podem não apresentar nenhum sintoma. Entretanto, os cistos maiores causam sintomas comuns, tais como dores pélvicas que podem ser unilateral ou bilateral. Assim como na endometriose, estas dores podem variar ao longo do ciclo menstrual, apresentando-se mais fortes em períodos como a ovulação ou durante a menstruação. Além disto, se também estiver presente aderências e implantes da endometriose em outras partes, a dor pode ser debilitante.

- Como são diagnosticados?

Assim como qualquer doença, a história clínica da paciente é muito importante para o diagnóstico de endometrioma de ovário. Se for uma paciente com uma história conhecida de endometriose e apresentar um cisto de ovário numa ultrassonografia pélvica, é quase certo que se trata de um endometrioma. Alguns exames podem ser feitos, tais como:

*Exame Físico -  o médico pode apalpar a região e perceber uma "massa" ovariana. Porem, isto só é possível, quando o cisto já está grande.

*Exame de Sangue - A dosagem de um marcador chamado CA 125 contribui para o diagnóstico de Endometrioma Ovariano, assim como de Endometriose. Porém, uma vez que este exame também é usado para detectar o câncer de ovário, é preciso ter cuidado quanto à forma como o teste é interpretado. Geralmente recomenda-se que seja feito nos três primeiros dias da menstruação.

*Exame de Imagem - O ultrassom transvaginal e abdominal são os testes mais comuns utilizados para o diagnóstico de endometriomas. O transvaginal tem a vantagem de fornecer informações adicionais sobre a composição interna da massa ovariana. A precisão no diagnóstico de endometriomas depende muito da experiência do examinador. Geralmente estes cistos se apresentam com uma consistência sólida. Isto é devido ao material parecido com "chocolate derretido" dentro de sua estrutura.

- Como são tratados?

Em primeiro lugar, o mais importante é confirmar o diagnóstico de endometrioma e descartar a possibilidade de câncer ovariano. Geralmente, o risco de malignização de um endometrioma é baixo. As opções de tratamento incluem:

*Conduta expectante;

*Terapia medicamentosa - geralmente recomenda-se os análogos do GnRH, como Zoladex.

*Cirurgia/Videolaparoscopia - onde o médico removerá todo o conteúdo de chocolate do cisto e fará a excisão dos endometriomas. Depois reconstruirá o ovário, preservando a fertilidade.



IMPORTANTE:

Se você sente dores abaixo do umbigo (unilateral ou bilateral) que pioram com a ovulação e com a menstruação, está na hora de procurar um médico especialista em endometriose para saber se possui um cisto de ovário, do tipo "endometrioma".

Até a próxima!


Luciana Diamante

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ENDOMETRIOSE VESICAL - SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

Olá, meninas!

Na postagem anterior falamos sobre a Endometriose Intestinal, seus sintomas e tratamento. Nesta postagem vamos falar um pouco sobre a endometriose que atinge o trato urinário, normalmente, a bexiga. (Li vários textos sobre o assunto e tentei unir as informações na postagem abaixo).

Nem todos os casos de Endometriose Vesical são relatados porque às vezes as mulheres não associam os sintomas que apresentam com a condição ou desconhecem que são portadoras de endometriose.

Geralmente o diagnóstico é feito após 7 ou 8 anos do início dos sintomas, pois muitas acreditam que as dores que estão sentindo são próprias da Tensão Pré-Menstrual. A maior parte das mulheres só começam a considerar a gravidade da situação quando apresentam outros sintomas da doença.

Sendo assim, a endometriose envolvendo o trato urinário é rara e, consequentemente, leva a uma morbidade significante pela demora do diagnóstico até à instituição de tratamento adequado. Além disto, é importante lembrar que quando não tratada, a endometriose vesical pode levar a problemas urinários mais graves no futuro, como obstrução ou incontinência urinária.

Por este motivo torna-se muito importante apresentarmos os sintomas e as indicações deste tipo de endometriose para que possamos relatar ao médico e buscar o tratamento o mais rápido possível.

Sintomas da Endometriose Vesical

  • Dor, leve ou aguda, na região pélvica, que pioram no período menstrual;
  • Dificuldade em urinar e até presença de pus ou sangue na urina, especialmente durante a menstruação;
  • Relações sexuais dolorosas (dispareunia);
  • Micções frequentes;
  • Dor nos rins ou na região da bexiga;
  • Fadiga extrema (e em alguns casos, presença de febre).

Endometriose Vesical versus Infecção Urinária e Cistite Intersticial

É muito difícil diagnosticar a Endometriose Vesical, pois alguns de seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outros problemas urinários, como Infecção Urinária e Cistite Intersticial.

Por exemplo, se os sintomas são apenas dor ou ardor ao urinar pode ser diagnosticado como uma Infecção Urinária. Para não haver dúvidas, é sempre importante que o médico solicite um exame de urina com antibiograma para detectar a presença de bactérias, o que indicaria a Infecção Urinária. Neste caso, a prescrição de antibióticos específicos solucionaria o problema.

Já a Cistite Intersticial é uma doença com sintomas muito parecidos com a Endometriose Vesical. De acordo com o Dr. Shelley Ross (médico americano), mais de 70% das mulheres que sofrem de Endometriose na bexiga são erroneamente diagnosticadas com Cistite Intersticial.

Mulheres que sofrem de Cistite Intersticial têm inflamação na região entre a parte interna e o músculo da bexiga. É por isto que as portadoras desta doença também se queixam de dor na região pélvica, dificuldade em urinar, sangue ou pus na urina, dor na relação sexual e micção frequente.

Segundo o Dr. Shelley, para saber se a mulher sofre de Endometriose Vesical ou Cistite Intersticial é necessário submeter-se a um exame chamado Cistoscopia.

A Cistoscopia é um exame endoscópio das vias urinárias baixas. Também chamado de Uretrocistoscopia, possibilita a visibilização ótica dos segmentos uretrais e da bexiga. Isto permite ao médico ver a bexiga e obter amostras de células para biópsia.

Além disso, a Videolaparoscopia também auxilia neste diagnóstico, observando os órgãos pélvicos, inclusive a bexiga e ureteres a procura de implantes, nódulos ou aderências provococadas pela endometriose.

Se você estiver sentindo quaisquer dos sintomas aqui apresentados, procure ajuda médica o mais rápido possível!

*Veja abaixo um vídeo educativo retirado do site do Youtube mostrando como é feito o exame de Cistoscopia. O vídeo está em inglês, mas é possível entender como é feito o procedimento:



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ENDOMETRIOSE INTESTINAL E SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL

Como bem sabemos, a endometriose pode acometer vários órgãos não ginecológicos, como por exemplo o intestino.


A Endometriose Intestinal geralmente é de difícil diagnóstico e, muitas vezes confundida com outra doença conhecida pela sigla de "SII" - Síndrome do Intestino Irritável.

Procurando compreender a relação e diferença entre ambas as doenças, encontrei um texto escrito por um médico americano, Dr. Michael D. Birnbaum, que esclarece bem este assunto. Vale a pena conferir:


"Quase todas as mulheres que vejo com Endometriose, em um momento ou outro, dizem ter a "síndrome de intestino irritável" ou um "cólon espástico" ou uma dúzia de outros termos freqüentemente usados para descrever os sintomas gastrointestinais para as quais não houve evidente diagnóstico.

As mulheres com endometriose têm frequentemente sintomas gastrointestinais e, até relativamente pouco tempo, estes sintomas foram atribuídos a uma SII (síndrome do intestino irritável), um "cólon espástico", ou para aqueles que como nós, conhece a endometriose, a real participação intestinal da doença em si.

Ao longo dos últimos anos, tornou-se cada vez mais evidente o envolvimento intestinal em muitas mulheres com endometriose. Em outras palavras, existem reais implantes de Endometriose sobre ou na parede intestinal. A literatura relata uma incidência de envolvimento intestinal variando de 3 a 34%, sendo a média de cerca de 12%. Com base em todos os números, um relatório no New England Journal of Medicine estima que 5% de todas as mulheres têm Endometriose intestinal.

A Endometriose Pélvica é geralmente (mas não sempre) limitada a pré-menopausa - aquelas mulheres com funcionamento dos ovários. A Endometriose Intestinal é diferente, pois não é raro que apareça em mulheres pós-menopáusicas.

De fato, quando uma mulher pós-menopáusica desenvolve Endometriose, quase sempre irá apresentar um envolvimento intestinal. Acreditavam, inicialmente, que essas mulheres tinham câncer de cólon ou de reto, pois 70% da Endometriose Intestinal envolve o cólon sigmóide ou reto.

Também pode aparecer em outras partes do intestino (em ordem decrescente de freqüência) como: apêndice, ceco (a primeira porção do intestino grosso), íleo (a última porção do intestino delgado), e, por último, o cólon transverso.

As mulheres com Endometriose intestinal muitas vezes apresentam sintomas, mas, na maioria dos casos, o diagnóstico correto não é feito. No intuito de diagnosticar a Endometriose intestinal, é necessário fazer as perguntas certas. Quando as boas questões são colocadas, o diagnóstico é fácil. O diagnóstico geralmente é feito pela história (da paciente), porque raios-X do intestino não mostram a doença e nem outros exames, como a colonoscopia. A Laparoscopia pode ou não demonstrar implantes na parede intestinal, mas o médico tem que saber onde procurar por eles. Os implantes da endometriose na parede do intestino não podem ser detectáveis exceto no momento da cirurgia abdominal aberta.

Diagnosticar a Endometriose intestinal é relativamente fácil. Uma mulher com Endometriose intestinal vai me dizer que ela tem significativos sintomas gastrointestinais que variam de acordo com seu ciclo menstrual. Os sintomas podem estar presentes apenas no momento do período menstrual ou podem estar presentes todos os meses e piorar durante a menstruação.

Os sintomas mais comuns incluem: perda de apetite, náuseas (vômitos, mas é raro), diarréia, aumento do gás, inchaço significativo, dor abdominal, dor nas evacuações, dor retal e nítida punhalada. Muitas mulheres também se queixam de obstipação, parece-me que variam de acordo com o ciclo menstrual. A anemia ferropriva pode também ser um indício da presença de Endometriose intestinal. A menstruação associada ao sangramento retal é diagnóstico de Endometriose intestinal.

Em muitos casos, é óbvio que a mulher tem Endometriose intestinal. Quando ela tem menstruação associada ao sangramento retal ou quando apresenta implantes visíveis de Endometriose no intestino (tanto para o intestino grosso ou intestino delgado) no momento da laparoscopia. No entanto, há um grupo considerável de mulheres que têm todos estes sintomas, mas que não têm sangramento retal e cujas superfícies do intestino parecem normais no momento da laparoscopia.

Estudos recentes têm mostrado que agora, ao invés de atribuir os sintomas gastrintestinais ocultos à Endometriose, há de fato uma anormalidade intestinal associada que é visto em mulheres com endometriose - anormalidades que não são encontradas em mulheres sem a doença.

Pesquisadores da Universidade Baylor, em Houston reuniram um grupo de mulheres com diagnóstico de Endometriose para estudar sua função intestinal. Eles notaram que as mulheres com endometriose freqüentemente queixam-se de dor abdominal crônica (não necessariamente limitada à pélvis), náuseas, vômitos, saciedade precoce, inchaço, distensão e alteração de hábitos intestinais. O estudo utilizou alguns testes bastante sofisticados, mas o que ele mostrou é que as mulheres com endometriose têm alteração significativa na ação muscular da parede intestinal. Este tipo de anomalia, muitas vezes com o aumento da freqüência de contrações dos músculos da parede intestinal, nunca foram observados em mulheres normais.

Curiosamente, eles também mostraram que as mulheres com endometriose tiveram hipoglicemia reativa e tolerância à glicose durante um teste. A taxa de açúcar no sangue caiu para um nível anormalmente baixo, embora com níveis normais de insulina. Isto poderia indicar que as mulheres com endometriose podem ser demasiadamente sensíveis às ações da insulina de tal forma que acabam com baixos níveis de açúcar no sangue para uma determinada quantidade de insulina. Um mecanismo que tem sido proposto é que os nervos (músculos) que ajudam a regular o funcionamento dos intestinos acabam reagindo exageradamente às quantidades de insulina presente.

Como isto acontece, ainda é incerto. No entanto, indicam claramente que as mulheres com endometriose têm sintomas intestinais que não parecem estar relacionados com a real participação da Endometriose intestinal, mas associado a uma anormalidade intrínseca na parede intestinal. Isto imediatamente abre a porta para a noção de que as mulheres que desenvolvem Endometriose tem subjacente anormalidades endócrinas e metabólicas que diferem significativamente das mulheres que não têm Endometriose levando à conclusão de que a endometriose é uma doença muito mais complexa do que simplesmente os implantes de endométrio que surgem em locais aonde não pertencem.

Muitos dos sintomas enumerados são iguais aos da Síndrome do Intestino Irritável, por isto é fácil perceber a razão pelo qual este rótulo é muitas vezes colocado nestas mulheres. Lembre-se que a SII é considerada uma desordem psicossomática com um componente orgânico.

No entanto, quando uma mulher me diz que que ela tem sintomas que variam de acordo com seu ciclo menstrual, é quase certo ser Endometriose Intestinal."

Fica aqui nosso alerta para todas as mulheres que estejam apresentando sintomas intestinais, especialmente durante a menstruação. Procurem um especialista em endometriose para ter certeza de que não se trata de uma Endometriose Intestinal.

Confiram abaixo imagens de uma cirurgia para retirada de aderências intestinais:





Até a próxima!

Luciana Diamante

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CUIDADOS QUE DEVEMOS TOMAR ANTES DE REALIZAR A VIDEOLAPAROSCOPIA

Olá, meninas!



Escolhi hoje falar de um tema importante: os cuidados que devemos tomar antes de realizar a cirurgia para tratamento da endometriose.

Sabemos que a endometriose é uma doença que pode comprometer o bom funcionamento dos órgãos da nossa pelve, como por exemplo os ovários, útero, trompas e até intestino, bexiga e outros. Ela causa inflamações e aderências que por sua vez nos faz sentir muitas dores, mesmo fora do período menstrual.

Quando as dores são insuportáveis e os exames mostram que a doença está avançada, a indicação é, na maioria dos casos, a realização de uma cirurgia para verificação e tratamento dos focos da doença.

Atualmente, esta cirurgia é feita através da Videolaparoscopia e mais recentemente através da Cirurgia Robótica. De um jeito ou de outro, é preciso tomarmos alguns cuidados antes de nos submetermos a tal procedimento. Desta forma, poderemos planejar melhor nosso tratamento e evitar que tenhamos de nos submeter a inúmeros procedimentos cirúrgicos descenessários.

Então, a seguir listamos algumas "Dicas Básicas" a serem observadas antes do tratamento cirúrgico para endometriose:

1) Não escolha um médico ao acaso. Converse com amigas ou parentes que tenham feito alguma cirurgia (de preferência para endometriose) com este médico. Pergunte como foi o atendimento pré e pós-operatório e peça para ver o resultado.

2) O próximo passo é conferir se o médico recomendado tem especialização em Videolaparoscopia e está ligado à Sociedade Brasileira de Videolaparoscopia e/ou Cirurgia Robótica, ou se tem habilitação para realizar esta cirurgia.

3) É preciso verificar também se o seu médico é especialista em endometriose, inclusive se está preparado para tratar os focos de endometriose que porventura estejam em outros órgãos como intestino e/ou bexiga. É importante certificar-se de que este médico tem uma equipe cirúrgica apta para lidar com a doença que acomete os órgãos não ginecológicos.

4) Informe-se sobre a participação do médico em congressos e palestras, apresentação de trabalhos, publicações e o número de cirurgias realizadas.

5) Marque uma consulta com pelo menos dois médicos da sua lista. Assim você poderá comparar suas opiniões, condutas e honorários. A conversa pessoal com o cirurgião também pode mostrar se ele transmite confiança. Aproveite para deixar claro seus objetivos e esclarecer todas as suas dúvidas.

6) Certifique-se de que o cirurgião é credenciado nos bons hospitais da cidade, mesmo que tenha a própria clínica e centro cirúrgico.

7) Lembre-se de que qualquer procedimento cirúrgico deve ser realizado em Hospital reconhecido, equipado com UTI e toda a aparelhagem necessária para quaisquer eventualidades. (Esse negócio de fazer cirurgia em clínica é a maior furada);

8) O médico tem o dever de lhe informar e tirar todas as suas dúvidas a respeito da cirurgia, além disso, ele deve:



- perguntar sobre suas expectativas, discuti-las com você e considerar as suas reações quanto às recomendações dadas;

- responder todas as suas dúvidas numa linguagem absolutamente compreensível;

- dar informações sobre o procedimento: o nível de complexidade, o tipo de anestesia, a internação, o repouso, as restrições na vida cotidiana, os cuidados em longo prazo;

- deixar claro os riscos envolvidos com a cirurgia e possíveis intercorrências e complicações. OBS: É importante que a paciente esteja ciente de tudo que será realizado e ter esta conversa documentada. (Isto evita que você saia da cirurgia sem o útero, ovários, trompas, mesmo sem saber que isto era possível acontecer);

- receber com naturalidade perguntas sobre sua formação, qualificações profissionais, experiência, honorários e formas de pagamento;

- deixar a decisão final para você;

- pedir todos os exames pré-operatórios, como o sangüíneo, o clínico, o cardiológico e até o raio X do tórax;

9) Se puder, procure conhecer previamente todos os médicos (e as suas especialidades) que estarão presentes durante a cirurgia, mas principalmente tente agendar uma consulta com o anestesista. (O anestesista é o médico que garante sua vida durante todo o procedimento da cirurgia. Ele tem que estar presente durante todo o tempo da cirurgia, porque é função dele monitorar os sinais vitais da paciente durante todo o tempo, e depois acompanhar o retorno da anestesia. Geralmente, os pacientes são encaminhados para unidades de UTI para recuperarem-se da anestesia, aonde estarão sendo 24 horas observados por médicos e enfermeiros);

10) Se possível, procure conhecer o hospital e as acomodações previamente.

11) Não se esqueça de solicitar uma cópia do DVD da cirurgia, bem como o laudo e também o resultado do exame anatomopatológico das lesões que foram retiradas. Todo paciente tem direito a esta documentação! Exija!


Espero que estas Dicas possam ajudá-las a planejar melhor seu tratamento cirúrgico!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MAIS UM ENCONTRO DAS ENDOAMIGAS!

É sempre muita alegria quando as "Endoamigas" se encontram! Parece que nos conhecemos a tempos e a troca de experiências é muito legal!

Foi no último sábado de Agosto, dia 28, quando nos reunimos no McDonald's do Shopping Paulista.

Ok! Sabemos que o McDonald's não tem uma alimentação muito saudável para endometrióticas, mas aproveitamos o "Mc Dia Feliz" para também fazermos nossa "boa ação".

Porém, o mais importante foi estarmos juntas, mesmo que por pouco tempo, pois são momentos preciosos!

Este evento foi divulgado na nossa comunidade do Orkut e esperamos que no próximo várias meninas possam comparecer! Fiquem atentas, pois será divulgado também no blog!



segunda-feira, 19 de julho de 2010

FELIZ DIA DAS AMIGASSSS...DAS ENDOAMIGASSSS!!!!

20 de Julho - Dia do Amigo!

Não podíamos deixar passar esta data em branco num blog que leva o nome de "Endoamigas", não é mesmo??


Então....Feliz Dia d(a) Amig(a) para todas as Endoamigas!!!!!

E para homenagearmos esta data que tal relembrarmos um dos nossos encontros?

Curtam o vídeo...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

NOVO MEDICAMENTO PARA O TRATAMENTO DE ENDOMETRIOSE


A endometriose está associada à dor na menstruação (dismenorreia) e também à dor pélvica crônica.

A Abbott e a Neurocrine Biosciences acabam de anunciar acordo de colaboração para desenvolver e comercializar Elagolix para o tratamento da dor causada pela endometriose. Elagolix é o primeiro antagonista liberador do hormônio gonadotrofina (GnRH) de uso oral, cujos estudos de fase "2b" sobre seu uso em endometriose foram recentemente completados. Além de aplicação em endometriose, Elagolix vem sendo avaliado para o tratamento de fibróides uterinas.


“Uma ampla análise clínica e pré-clínica com Elagolix sugere que este medicamento pode representar um importante avanço para mulheres com endometriose e fibróide uterina, condições altamente prevalentes, mas carentes de novos tratamentos”, afirmou Dr. John Leonard, vice-presidente sênior de desenvolvimento e pesquisa de produtos farmacêuticos da Abbott.


Elagolix inibe os receptores do hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH) na glândula pituitária e reduz, basicamente, os níveis de hormônios sexuais em circulação. Elagolix tem um perfil que permite a supressão parcial de estrogênio e mantem estradiol em níveis de baixo a normal, o que reduz a dor, ao mesmo tempo em que evita perda óssea significativa ou outros efeitos adversos que em alguns casos pode ser associada com a supressão excessiva de estrogênio. Em estudos de Fase II, Elagolix tem demonstrado ser eficaz na redução da dor associada à endometriose. Até o momento, Elagolix tem sido estudado em 18 estudos clínicos que totalizam mais de 1.000 teses.


A endometriose está associada a uma série de sintomas, sendo os mais comuns a dor na menstruação (dismenorreia) e também dor pélvica crônica durante todo o ciclo menstrual e infertilidade. A Fundação Mundial de Pesquisa de Endometriose estima que existam cerca de 100 milhões de mulheres em todo o mundo que sofrem de endometriose. Com o gasto anual no tratamento da dismenorreia e a perda de produtividade causada pela dismenorreia de aproximadamente US$ 4 mil por paciente, o impacto financeiro direto e indireto causado pela endometriose deve ultrapassar os US$ 20 bilhões somente nos Estados Unidos.

A fibroide uterina é tumor benigno que se forma na parede do útero. É o tipo mais comum de tumor na pélvis da mulher e mais comum em mulheres de 30 a 40 anos de idade. Apesar de algumas mulheres não apresentarem sintomas, dependendo do tamanho, localização e número de tumores, a fibroide uterina pode causar forte sangramento menstrual, pressionar a bexiga e o reto e causar dor e náusea. Os sintomas também podem incluir aborto e infertilidade. Dependendo dos sintomas, o tratamento pode ser cirúrgico.


Fonte: Scientific American Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

NOVIDADE: REVISTA FÉRTIL


Olha que iniciativa legal!

Esta semana soubemos do lançamento de uma nova Revista, chamada "Fértil". Ela foi criada pela jornalista Samantha Mendes que após 11 tentativas de Fertilização In Vitro percebeu que não existia nenhum material com linguagem simples que pudesse explicar às mulheres (com dificuldades de engravidar) sobre os métodos de Reprodução Assistida.

Na primeira capa está a também jornalista Fátima Bernardes, que como todas sabemos, fez FIV e teve trigêmeos!

Achamos muito interessante a iniciativa, porém esperamos que a Revista também possa apresentar dicas de serviços de Reprodução Assistida a preços acessíveis, porque convenhamos, poucas de nós tem tanta grana para várias tentativas de Fertilização, não é mesmo??



Fátima Bernardes e Samantha Mendes

sexta-feira, 11 de junho de 2010

TESTE DE DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE


Apesar de ser uma doença cada vez mais diagnosticada, a Endometriose ainda é uma completa desconhecida entre as mulheres. Este desconhecimento atrasa o tratamento da doença e pode complicar ainda mais os sintomas, causando muitos prejuízos à saúde da mulher.

Por isto bolamos um "TESTE DE DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE" para que todas as mulheres que não tem certeza de ter a doença, mas apresentam sintomas relacionados à Endometriose, possam descobrir a real necessidade de buscar ajuda médica especializada.

Basta responder "SIM" ou "NÃO" para as perguntas abaixo:


Pergunta I: Você sente dores pélvicas (cólicas fortes) durante o ciclo menstrual?

Pergunta II: Você têm notado que suas cólicas estão aumentando de intensidade e não melhoram nem com o uso de analgésicos comuns?

Pergunta III: Suas dores pélvicas começam antes do fluxo menstrual e se prolongam mesmo após o término do período?

Pergunta IV: Você já desmaiou, sentiu náuseas, teve diarréia ou precisou ser atendida em Pronto Socorro por causa de uma cólica menstrual ou dores pélvicas?

Pergunta V: Você sente dores durante as relações sexuais?

Pergunta VI: Você tem problemas de infertilidade feminina? (Está tentando engravidar há mais de 1 ano e meio sem sucesso?)

Pergunta VII: Durante o período menstrual, você sente dores ou desconforto para evacuar ou urinar?

Pergunta VIII: Durante o exame de toque ginecológico, você sente dor similar à cólica do período menstrual?


Resultado:

Se você respondeu "SIM" para pelo menos 2 ou mais questões, é recomendável que marque uma consulta com um ginecologista especialista em Endometriose para investigar a possibilidade de ser portadora da doença.

LEMBRE-SE: Nossa melhor arma contra a Endometriose é a Informação! Se você tem dúvidas sobre a Endometriose ou se desconfia que possa ser portadora da doença, marque com urgência uma consulta com um especialista e tire todas as suas dúvidas!



EndoAmigas de São Paulo

quarta-feira, 12 de maio de 2010

ConvivEndo com o Zoladex - Parte II

AprendEndo a enfrentar o Efeitos Colaterais

Não é possível escrever sobre o Zoladex, sem tratar deste assunto chato! Mas, vamos lá! Existem maneiras de amenizar e aprender a conviver bem com estes famigerados "efeitos colaterais".


Logicamente se estamos falando de uma medicação que irá nos causar uma "menopausa química temporária", então devemos considerar que teremos os sintomas que uma mulher neste estágio de seu ciclo reprodutivo apresenta, sendo os mais frenquentes:

1) AUSÊNCIA DE MENSTRUAÇÃO

A intenção desta medicação é suprimir os hormônios que nos fazem ovular e menstruar; desta forma, a endometriose, que é "estrogênio-dependente", tenderá a regredir e a inflamação diminuirá, dando um alívio para as nossas dores.


Porém, como diz a bula: "No início do tratamento com Zoladex, algumas mulheres podem apresentar sangramento vaginal de duração e intensidade variáveis. Tal sangramento representa, provavelmente, supressão do estrógeno e espera-se que pare espontaneamente." Assim sendo, não devemos nos desesperar se "menstruarmos" uma ou duas vezes após a primeira injeção de Zoladex. Isto pode acontecer e tende a desaparecer com o tempo. Caso não desapareça, procure o médico!


*CONVIVENDO COM ESTE SINTOMA: 


Não há o que fazer contra a "ausência de menstruação", afinal ela não é um "efeito colateral" do medicamento, e sim sua "ação esperada". Logo, é preciso ficar atenta caso não ocorra a "ausência de menstruação". Aí sim, deve-se mesmo, como eu disse, procurar o médico!!


2) FOGACHOS OU CALORÕES

É um sintoma bem comum na menopausa, assim sendo, é natural que apareça com mais frequência nas meninas que usam o Zoladex.


Até onde pude aprender, as experiências destes tais “calores e suores" variam em intensidade e freqüência de uma mulher para outra. Não existe um padrão. Para algumas mulheres, pode até ser uma sensação agradável, de um calor ameno, mais concentrado na cabeça, que cai leve sobre o peito e vai embora ser sem notado. Mas, a maioria, sente o rosto e o pescoço vermelhos e a parte superior do tronco, queimando, e se vê obrigada a tirar o casaco ou agasalho no maior frio. (Acreditem, passamos pelos maiores micos com esta história de ficar tirando o casado a toda hora! Chega a ser divertido...para os outros!!!).


Ainda bem que a frequência dos fogachos varia de uma ou duas ocorrências por semana ou até duas por hora. A duração média de cada episódio, segundo inúmeros estudos, é de quatro minutos. A máxima é de dez minutos. Portanto, se durar mais de dez minutos e você estiver em público, cuidado para não ser presa por “atentado ao pudor”, porque dá vontade de ficar pelada!! 


*CONVIVENDO COM ESTE SINTOMA:

- Consulte um MÉDICO FITOTERÁPICO ou peça para seu ginecologista lhe receitar medicamentos à base de fitohormônios -- estrogênios e progesterona extraídos de plantas com propriedades hormonais como a soja, o yam mexicano, o trevo vermelho, que também funcionam, especialmente quando os sintomas não são muito intensos;


- DIETA, ESTILO DE VIDA e ESTRESSE EMOCIONAL parecem influenciar a intensidade e freqüência destes calorões.


- Coma muitas FIBRAS e produtos derivados da SOJA, aquele leite à base de soja, por exemplo, é muito bom!


- Evite o consumo de álcool, de alimentos condimentados ou à base de cafeína. Parece que também é bom evitar o refrigerante e bebidas gasosas!


- Outra boa dica é fazer ATIVIDADE FÍSICA AERÓBICA diariamente. E também evitar estresse por excitação, medo ou ansiedade. Não sei quanto a vocês, mas na vida que levo, é muito complicado ter tempo para fazer atividades físicas. Se você tem a mesma dificuldade, acho que uma boa dica é organizar bem o seu dia, tentando colocar como prioridade sua saúde e bem estar. Tenho uma querida amiga que tem toda razão quando diz que precisamos nos dar um momento para cuidarmos de nós mesmas, ainda que precisemos desembolsar uma graninha!


3) DIFICULDADES PARA DORMIR (INSÔNIA)

Este é um sintoma que tenho que ficar atenta!! Ops, atenta não, tenho que relaxar, pois já sofro de uma insônia natural. Pois bem, parece que a dificuldade para dormir, causada pelo tratamento com Zoladex, pode estar ligada aos incômodos "suores noturnos" ou ainda ser causa de depressão ou ansiedade (eu considero que a ansiedade é a verdadeira vilã).


*CONVIVENDO COM ESTE SINTOMA:

Li em um texto que fazer uma “HIGIENE DO SONO” pode ajudar a amenizar este problema. Aí vai a receita que eles recomendam:


- Fazer a última refeição até as oito horas da noite;
- Preferir pratos leves de fácil digestão;
- Evitar atividade física depois das seis da tarde. O exercício depois desse horário desregula o relógio biológico;
- Pessoas mais notívagas devem deixar a casa ou o ambiente onde estiver na penumbra. A luz reduzida avisa o cérebro para secretar melatonina, o hormônio do sono.
- Dedique-se a atividades agradáveis como ouvir música ou ver um programa na TV, mas fora do quarto de dormir;
- Procure relaxar o corpo em uma poltrona confortável enquanto o sono não vem, vestida com roupa de dormir. Mas só vá para a cama quando tiver sono, realmente.


Gostei das idéias, mas tenho que acrescentar mais um item a esta lista (de minha própria experiência):


- Determine um período, à noite, para DESLIGAR o computador e OBEDEÇA-O!!! Realmente, quem fica muito ligado em computador, internet, não consegue preparar o cérebro para o sono, e daí fica a madrugada inteira "lutando" para permanecer "plugado", ao invés de se render ao sono!


4) DIMINUIÇÃO DA LIBIDO E MUDANÇAS SEXUAIS

Este sintoma me assusta!!! Bom, por causa da queda de hormônios causada pelo Zoladex, podemos experimentar um ressecamento vaginal que pode dificultar o ato sexual, tornando-o doloroso, e aumentar o risco de infecções urinárias. Também pode acontecer do nosso apetite sexual, vulgo Tesão, diminuir.

*CONVIVENDO COM ESTE SINTOMA:

Fiz uma descoberta!!! Lendo um texto, descobri que não é bem assim!! Quer dizer, é certo que o efeito da medicação possa nos causar um ressecamento, mas não quer dizer que não possamos ficar lubrificadas!! Isto mesmo!!! Parece que apenas "demoramos" mais tempo para ficarmos lubrificadas. Assim, a recomendação é:



- REALIZE EXERCÍCIOS PÉLVICOS que aumentem o fluxo sanguíneo desta região do corpo: talvez a Acupuntura, seja ótima idéia. Mas, caso não queira gastar, a prática da masturbação e o orgasmo também podem auxiliar para a melhora da lubrificação vaginal.


- Como a nossa capacidade de lubrificação com o uso do Zoladex se torna mais lenta, devemos INFORMAR NOSSOS PARCEIROS que precisamos de um maior tempo de manipulação para que possamos ficar lubrificadas!!! Então, dá-lhe "longas preliminares"!


- Outra boa dica é o uso de LUBRIFICANTES VAGINAIS à venda nas farmácias ou “sex shop”. Falando nisto, lembrei daquele programa de TV a Cabo, chamado “Talk Sex with Sue Johanson” que é apresentado por uma senhorinha de cabelos brancos que entende tudo sobre sexo, sabem qual é? Pois bem, ela estava apresentando os diferentes modelos de lubrificantes vaginais (não existe só KY no mercado não) e explicando que existem alguns à base de silicone, que duram mais e lubrificam melhor. Quem sabe não vale a pena testar??


- Quanto à diminuição da libido: Imagino que VOLTAR A TER CRIATIVIDADE, "fazer coisas inusitadas", "testar posições do Kama Sutra", “ir a Sex Shops” possam ser idéias legais para lembrarmos que gostamos sim e muito de fazer amor!!! Não precisamos nos privar disto durante o uso do Zoladex, mas também temos que pedir compreensão dos maridos, quando realmente não tivermos a menor vontade de nada!


5) TRISTEZA E DEPRESSÃO

O que dizer?!?! "Ai, caramba, tem isto também?" Bom, contando que a Endometriose em si já nos causa momentos de tristeza e depressão, vamos considerar que estamos acostumadas a ter estes sintomas, porém, é importante lembrar que com o uso do Zoladex, tais sentimentos poderão ficar mais à flor da pele, já que as alterações emocionais também estão ligadas com a falta de certos hormônios... Maldito estrogênio!!!!


Vocês sabiam que o estrogênio, apesar de ser nosso vilão, tem um papel muito importante no organismo feminino? Por exemplo, é ele quem facilita a produção daqueles famosos "neurotransmissores": a serotonina e a acetilcolina, que atuam sobre o bem estar em geral!!


Então, já viram a equação bombástica:


Ser portadora de Endometriose + Tratamento com Zoladez + Sumiço do Estrogênio = "Sai da frente que eu vou me jogar desta ponte!!!!!"


Brincadeiras a parte, a depressão e a tristeza, sejam por causas químicas ou emocionais precisam ser tratadas e existem algumas formas que podemos enfrentá-las:

*CONVIVENDO COM ESTE SINTOMA:

- ADEUS SEDENTARISMO: Levanta esta poupança da cadeira e vai praticar Exercícios Físicos!!! Sem desculpas. Nem que for para contar quantas vezes você movimenta a vassoura, ou quanto tempo fica lavando a louça, sei lá! Outro exemplo: deixa o carro 1 km longe de onde você quer ir; vai de escada, ao invés de pegar elevador... Tem tantas pequenas ações que podemos fazer para "mexer o esqueleto". Nem preciso dizer que está comprovado cientificamente que as atividades físicas ajudam a liberar os neurotransmissores que nos farão nos sentir bem, além disto, ajudam também a diminuir a ansiedade!

- APRENDA A RELAXAR: Se você se sentir mal humorada e com aquela tristeza sem fim, ao invés de afogar suas mágoas acendendo um cigarro (que você já deveria ter largado há mais tempo) ou tomando aquela cervejinha gelada (que engorda, viu?), considere a opção de aprender a relaxar. Como? Através de exercícios de respiração, da prática de Ioga, Meditação, ou simplesmente indo a um local calmo e tranquilo (sugestão em SP: Parque do Ibirapuera) para sentar na grama, olhar para o céu e respirar aquele ar, enfim: relaxar, sem se drogar! Bom, esta dica é boa até para quem não tomou o Zoladex, afinal cigarro e bebida em excesso não faz bem prá ninguém!!


- PROCURE AJUDA ESPECIALIZADA: Se a depressão bateu forte e decidiu que não vai te deixar nem com "reza braba", apele para a ajuda profissional! Não é nenhuma vergonha procurar um psicólogo (nós não mordemos!!! hahaha) e eu acho fundamental termos uma "escuta" diferente para quando contamos nossos problemas. É diferente de conversar com um amigo, pois geralmente, quando contamos para um amigo nossa tristeza, ele te responde contando a dele!!! Aff!! Tudo o que uma pessoa triste não quer é ouvir a tristeza dos outros! Nossos amigos não fazem por mal, mas são amigos, não profissionais. Um profissional vai te dar um espaço só seu e você não precisará saber dos problemas dele (se ele te contar, demita-o!).


6) GANHO DE PESO

Tudo, menos isto!! Puxa vida, tenho que contar para vocês que de todos os sintomas que o Dr. Edvaldo poderia ter me alertado, este foi o que ele mais chamou a atenção: “Cuidado para não engordar! Faça um regime!”


Ai, que medo! Depois de ouvir aquelas (sábias) palavras, saí do consultório sem um pingo de fome!! E apesar deste ser o meu maior desafio, e talvez, o de muitas de nós, não posso deixar que este terrível efeito colateral vire o meu “elefante” (no sentindo de tornar o problema maior do que ele é).


Creio que o Zoladex por si só não vai me engordar. Mas, a seguinte equação pode ser bem verdadeira:


Zoladex + Sedentarismo + Fast Food = ELEFANNNTE!


Então, o segredo está em modificar esta conta, assim:


Zoladex + Atividade Física + Dieta Adequada + Força de Vontade = GISELE BÜNDCHEN!!!


(Ta bom, não é prá tanto, mas vocês me entenderam!)


*CONVIVENDO COM ESTE SINTOMA:

A velha história:


- ATIVIDADE FÍSICA, de preferência aeróbica;


- DIETA ADEQUADA. Acho ótima idéia consultar um nutricionista!


- NÃO ENTRE EM PARANÓIA! Acho que precisamos nos alimentar bem, mas nada de ficar fazendo jejuns prolongados, ou se empanturrando de sorvete e depois vomitando! Por favor, heim? Já basta o Zoladex para enfrentarmos, não vamos querer lidar com uma bulimia, anorexia ou mesmo uma compulsão nervosa! Assim, se o peso já é um problema para você, como é para mim, minha sugestão, é buscar ajuda profissional, para não “desbirutarmos” de vez!


- FORÇA DE VONTADE. Prá mim, esta é a dica mais importante. “Se eu quero, eu consigo”, claro que isto depende do nosso esforço e de uma ajudinha “divina”, não é mesmo? Não devemos perder a fé, jamais!

Para finalizar:

Para que todas saibam: escrevi este texto para que eu conseguisse por em prática todas as dicas que julguei serem importantes. Hoje, passados 5 meses da data da aplicação do Zoladex, posso dizer que minha força de vontade valeu a pena. Durante todo o tratamento, cuidei da minha alimentação (quase plantei um pé de soja no meu quintal), fiz exercícios físicos regulares, cultivei amizades e recebi muito carinho e apoio da minha família e do meu marido. O resultado: emagreci 12 kgs, controlei minhas emoções, namorei bastante e fiz uma coleção de leques!!!


Espero que este texto possa ajudar muitas outras meninas que precisarão passar pela experiência do Zoladex!


Importante: Este texto é meramente informativo. Busque sempre a orientação do seu médico.

sábado, 1 de maio de 2010

ConvivEndo com o Zoladex - Parte I

Escrevi este texto após descobrir que precisaria iniciar o tratamento com o Zoladex.
Acredito que depois de tantos depoimentos ruins a respeito desta medicação, um texto que possa nos ajudar a lidar com os efeitos colaterais desta medicação, seria boa ideia!
Então, aqui vão algumas preciosas dicas para vencermos mais uma etapa do nosso tratamento. Claro, nem todas as meninas precisarão usar o Zoladex, além disto esta medicação deve ser sempre muito bem receitada. Deve-se analisar caso por caso. Ela NÃO TRAZ A CURA, mas é uma das formas de tratamento para tentar controlar a Endometriose.
Se você faz uso ou precisará fazer, este texto é pra você! Aproveite para tirar suas dúvidas!



CONVIVENDO COM O ZOLADEX - Parte I





DICAS IMPORTANTES


1º) NÃO PENSE QUE TODOS OS EFEITOS COLATERAIS ESCRITOS NA BULA ACONTECERÃO COM VOCÊ:

Meu médico disse algo que é bem pertinente. Ele explicou que as bulas de remédios, em geral, listam todos os tipos de efeitos colaterais que foram pesquisados em um grupo experimental de pacientes que fizeram uso da medicação. A partir daí, são descritos os efeitos colaterais que estas pessoas apresentaram, desde os mais frequentes, até os que aparecem de forma moderada e por último os que raramente aparecem.

Se vocês observarem a bula do Zoladex irão perceber que alguns sintomas ocorrem raramente e é justamente com estes que não devemos ficar encucadas, pois são raros de acontecer!!! Mesmo os que aparecem moderadamente não deveriam ser alvo das nossas preocupações, mas não custa nada nos prevenirmos deles! Porém, sugiro que comecemos a nos preocupar com os efeitos colaterais realmente frequentes! Desta forma não enlouqueceremos!


2º) CADA CASO É UM CASO:

Tenho que dizer que sempre odiei ouvir esta frase! "Mas, afinal, estamos falando de ciência, ou não? Como assim, cada caso é um caso? Não deveriam ser todos iguais?" Eu sempre ficava me perguntando isto!

Mas, então aprendi que em se tratando de Endometriose, realmente, "cada caso é um caso"! Pois vejam, uma doença que não tem uma causa definida, não pode ter também um tratamento definido. Além disso, a Endometriose atinge não apenas o corpo, mas também a alma: a nossa inexplicável "psique".

Assim sendo, cada menina reagirá de uma forma diferente em relação ao tratamento proposto. Tudo isto para dizer que não é porque conhecemos uma menina que teve "X" sintomas com o Zoladex, que também possamos vir a tê-los. Isto é relativo, e devemos ter nossa própria experiência para saber o que nos espera!!!


3º) CONFIANÇA É O SEGREDO:

Eu confesso que não queria tomar o Zoladex. Desde o começo, sempre fugi desta injeção. Ao conversar com a minha amiga, Silvia, dizia com todas as letras: "Eu não vou tomar Zoladex, nem adianta!" Pois é, sabem aquele ditado: "Cuspiu pra cima, caiu na testa?", então, no meu caso, "caiu na barriga"!!! A verdade é que só decidi tomar o Zoladex porque passei a confiar nesta medicação.


Comecei a ouvir a opinião do médico, a opinião das minhas amigas (especialmente da Silvia, que estava guardando uma injeção para mim e da Bya com sua boa experiência com o Zoladex), da minha mãe (e da ginecologista dela) e até do meu marido. Todos diziam que era o melhor para mim. Fui colocando isto na minha mente, trabalhando na minha alma, conversei com Deus a respeito, pedi a Ele uma direção e por fim, decidi: “Vou dar um voto de confiança nesta medicação”!!


Acredito que nenhuma de nós deve tomar um remédio se não acreditar que ele nos fará bem! Então, apresento a vocês minha mais nova amiga: A Injeção de Zoladex!! E sugiro que pensem o mesmo a respeito dela, pois é preciso confiar!


4º) FAÇA UM PLANO DE AÇÃO CONTRA OS EFEITOS COLATERAIS:

Ok! É verdade e eu sei que o Zoladex tem um montão de efeitos colaterais. Alguns dos quais (os mais frequentes) não poderei escapar! Mas, quem disse que preciso padecer por causa deles???


Como diz minha amiga Silvia: "Eu tomei duas doses e não morri!" É isto mesmo, Sil! Você tem razão! Não precisamos sofrer por causa dos efeitos colaterais! Não vamos transformar o "gatinho" em um “leão”! E se o efeito colateral for um "leão", não vamos transformá-lo em um "elefante"!!


Acredito que tenho que conviver com os efeitos colaterais na medida em que eles aparecerem: se forem fracos, nem vou dar importância. Se vierem fortes, planejarei o que farei para amenizá-los, e se for algo insuportável: ligo para o médico e peço socorro!!! Mas, uma coisa de cada vez! Sem paranoias!


5º) PENSAMENTO POSITIVO E FÉ....SEMPRE:

Nem preciso falar o que isto significa! Mas, vou dizer: Significa que daqui para frente vou começar a pensar mais nos benefícios do Zoladex que em seus Efeitos Colaterais. E indico isto para todas vocês!


Quero ter fé (e aqui, cada um pode ter a sua, de acordo com aquilo em que acredita) que Deus me ajudará a passar por mais esta batalha e que no Tempo Divino, terei o que tanto desejo: meu bebê! E...para as que não querem bebê, pensem que conseguirão ficar sem dores e controlar a endometriose! É um sonho também! Pratiquem a Fé e o Pensamento Positivo desde o primeiro dia em que tomarem a injeção e fiquem firmes!


6º) CULTIVE A AMIZADE:


Aqui só posso dizer que "minhas Endoamigas são as melhores"!!! Não há desânimo que resista a uma boa dose de palavras carinhosas de amigas como vocês! E receber a visita de Endoamigas no hospital: NÃO TEM PREÇO!! (Fui carinhosamente recepcionada por três queridas EndoAmigas quando fiz minha videolaparoscopia).

Então, estou apostando que se eu quiser conviver bem com o Zoladex, tenho que cultivar minhas Endoamigas: plantá-las, regá-las e depois colher os frutos!
Assim, saibam que também sou uma Endoamiga que quer muito ajudar outras amigas! Podem contar comigo e com a nossa Comunidade, sempre!!!




Ah! Antes que eu me esqueça...ninguém precisa sofrer com a agulha do Zoladex (aliás, se puderem, nem precisam vê-la!). No meu caso, o Dr. Edvaldo fez um "botão anestésico" na minha barriga antes da aplicação e eu não senti nada!
Luciana T. Golegã Diamante