domingo, 26 de dezembro de 2010

NOVAS DESCOBERTAS EM ENDOMETRIOSE

Está aí uma excelente notícia para fechar nosso blog no ano de 2010!

Já postamos esta novidade na nossa comunidade do Orkut, mas achei interessante também postar aqui no blog, pois estamos sempre de olho em tudo que diz respeito aos avanços na pesquisa sobre Endometriose e procuramos sempre divulgar!

Neste mês, recebemos a notícia de que um grupo de médicos - Andrew Morris, Cecilia Lindgren e Zondervan Krina - divulgaram o resultado parcial de uma pesquisa que visava descobrir as variantes genéticas que poderiam estar associadas ao aparecimento da Endometriose. Estes resultados foram publicados numa importante revista cientifica, chamada “Nature Genetics”.

Ao que parece, descobriram que dois cromossomos (1 e 7) podem estar intimamente relacionados ao desenvolvimento da Endometriose, o que daria características genéticas à doença.

Certamente, esta foi uma descoberta importante, mas carece de mais pesquisas até que se chegue à uma conclusão que possa nos beneficiar em termos de tratamento e até de prevenção da doença!

Vamos aguardar e torcer para que isto aconteça logo!

Confiram abaixo a reportagem retirada do site http://www.alert-online.com:

"DESCOBERTAS VARIANTES GENÉTICAS ASSOCIADAS AO RISCO DE ENDOMETRIOSE"


Estudo publicado na “Nature Genetics”


Foram identificadas duas variantes genéticas associadas ao aumento do risco de desenvolvimento de endometriose, revela um estudo publicado no “Nature Genetics”.


A endometriose é uma doença ginecológica comum que afecta cerca de 6 a10 % das mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizada pelo crescimento de células do tecido endometrial, que normalmente só se encontram no revestimento uterino, fora do útero. Este crescimento de placas de tecido endometrial pode causar inflamação e aderências e resultar em dor pélvica, bem como em infertilidade. Contudo, a razão pela qual surgem as placas e como crescem fora do útero ainda não é conhecida.

Em alguns casos, a endometriose só causa sintomas leves que não são diagnosticados, mas em casos mais graves, pode ter um efeito limitativo sobre a vida da mulher. Os tratamentos actuais resumem-se apenas a cirurgia e a medicação hormonal esta última comporta inúmeros efeitos secundários.


Neste estudo, os investigadores do International Endogene Consortium compararam os genomas de mais de 5.500 mulheres oriundas do Reino Unido, Austrália e EUA que foram cirurgicamente diagnosticadas com endometriose e de mais de 10 mil mulheres saudáveis.

Os investigadores, liderados por Krina Zondervan da University of Oxford, EUA, identificaram assim duas novas variantes genéticas que aumentavam o risco de desenvolvimento da doença, particularmente nos estádios moderados a severos.


A primeira variante foi encontrada no cromossoma 7 que se pensa estar envolvido na regulação de genes associados ao desenvolvimento do útero e do seu revestimento. A segunda variante foi identificada no cromossoma 1, próxima do gene Wnt4. Este gene é importante para o metabolismo hormonal e o desenvolvimento do sistema reprodutivo feminino, especialmente os ovários, fazendo com que seja um candidato associado à endometriose.


Em comunicado enviado à imprensa, Krina Zondervan, revela que este estudo mostra pela primeira vez que as variações no ADN tornam as mulheres mais susceptíveis ao desenvolvimento da endometriose. “Agora necessitamos de perceber qual o efeito dessas variações nas células e nas moléculas do organismo”, explicou a especialista, acrescentando ainda estar confiante que os resultados do estudo ajudem no desenvolvimento de métodos de diagnóstico menos invasivos e de tratamentos mais eficazes.


ALERT Life Sciences Computing, S.A.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CONHECENDO O ENDOMETRIOMA DE OVÁRIO OU "CISTO DE CHOCOLATE"



Finalmente vamos falar sobre um cisto muito comum entre as endometrióticas e talvez o "mais temido" por todas nós: o Endometrioma de Ovário.

O endometrioma é um tipo de cisto que se forma no ovário de quem tem endometriose. E recebe um apelido não muito feliz: Cisto de Chocolate. Digo que não é feliz, porque o endometrioma está muito longe de ser tão bom e saboroso como um chocolate! Mas, o apelido tem motivo!

Para compreendermos melhor, vamos falar um pouco sobre os diferentes tipos de "Cistos de Ovário":


- O que é um Cisto de Ovário?

Um cisto no ovário é qualquer acúmulo de líquidos envolvidos por uma parede fina dentro de um ovário. Qualquer folículo ovariano que seja maior ou igual a 2 centímetros é considerado um cisto. Ele pode ser pequeno como uma ervilha ou tão grande quanto uma laranja.


Geralmente encontram-se três tipos de cistos ovarianos (estes são os mais comuns, porém existem outros tipos também):


*Folicular ou Cistos Ovarianos Funcionais;
*Cistos de Corpo Lúteo;
*Endometrioma ou "Cistos de Chocolate"


- O que é um Cisto Folicular ou Funcional?

 Este tipo de cisto é comum e benigno e surge em resposta a um ciclo menstrual normal. Cada vez que um óvulo é produzido pelo ovário se forma um pequeno cisto. Este cisto se rompe para liberar o óvulo durante o processo de ovulação. Algumas vezes pode não se romper e, então, começa a crescer dentro do ovário. Eles não crescem muito e geralmente acabam encolhendo após o período da ovulação, não sendo necessária uma cirurgia para retirá-los. Algumas mulheres podem sentir dores pélvicas quando este cisto se rompe (na ovulação) podendo durar de 24 a 48 horas. A dor é devida a uma pequena quantidade de sangramento que sai no momento do rompimento e é irritante para a cavidade abdominal. Se o sangramento persiste ou é excessivo, indica-se a cirurgia, do contrário a conduta é aguardar de 3 a 6 semanas até o desaparecimento do cisto.


- O que é um Cisto de Corpo Lúteo?

São muito menos comuns do que os cistos foliculares. Os cistos de corpo lúteo se desenvolvem após a liberação do óvulo pelo ovário. Quando a ruptura acontece, o folículo que permanece no ovário transforma-se em uma pequena glândula temporária que produz hormônios importantes para o início da gravidez. Esta glândula é conhecida como Corpo Amarelo ou Corpo Lúteo. Se a gravidez não ocorre, geralmente o corpo lúteo desaparece. Mas, se ele se encher de fluidos e atingir um tamanho maior que 3 cm, passa a ser chamado de "Cisto de Corpo Lúteo". Ele pode causar dores no baixo ventre e ao toque vaginal, e quando se rompe pode provocar um quadro de abdomem agudo, frequentemente confundido com apendicite aguda. A ruptura deste cisto pode acontecer durante o ato sexual ou após o período menstrual, quando se encontra maior. Em alguns casos é necessária a cirurgia para removê-los.


ENDOMETRIOMA OU "CISTOS DE CHOCOLATE"

- O que são?

O Endometrioma de ovário é consequência da Endometriose Ovariana. Ele se forma a partir de pequenas células do endométrio que se desprendem do útero e se fixam no ovário, formando pequenos cistos na parede externa do ovário. Estes cistos respondem ao estímulo hormonal durante o ciclo menstrual e crescem produzindo vários pequenos cistos que podem ocupar e até mesmo substituir o tecido ovariano normal. Estes endometriomas são preenchidos por um líquido semelhante a chocolate derretido, razão pela qual são conhecidos como "Cistos de Chocolate". Quando este cisto se rompe, o seu conteúdo se espalha pela pelve e na superfície do útero, bexiga e intestino podendo causar aderências entre estes órgãos e no espaço entre eles, além de forte dor pélvica.

- Qual a relação entre os endometriomas e a infertilidade?

Os endometriomas parecem não afetar a qualidade do óvulo, mas podem interferir com o desenvolvimento folicular e a ovulação. E isto ocorre principalmente por causa das aderências que os endometriomas causam, "grudando" os órgãos entre si e dificultando a captura do óvulo pelas trompas.

- Quais são os sintomas?

Se estes cistos permanecem menor que 3 cm podem não apresentar nenhum sintoma. Entretanto, os cistos maiores causam sintomas comuns, tais como dores pélvicas que podem ser unilateral ou bilateral. Assim como na endometriose, estas dores podem variar ao longo do ciclo menstrual, apresentando-se mais fortes em períodos como a ovulação ou durante a menstruação. Além disto, se também estiver presente aderências e implantes da endometriose em outras partes, a dor pode ser debilitante.

- Como são diagnosticados?

Assim como qualquer doença, a história clínica da paciente é muito importante para o diagnóstico de endometrioma de ovário. Se for uma paciente com uma história conhecida de endometriose e apresentar um cisto de ovário numa ultrassonografia pélvica, é quase certo que se trata de um endometrioma. Alguns exames podem ser feitos, tais como:

*Exame Físico -  o médico pode apalpar a região e perceber uma "massa" ovariana. Porem, isto só é possível, quando o cisto já está grande.

*Exame de Sangue - A dosagem de um marcador chamado CA 125 contribui para o diagnóstico de Endometrioma Ovariano, assim como de Endometriose. Porém, uma vez que este exame também é usado para detectar o câncer de ovário, é preciso ter cuidado quanto à forma como o teste é interpretado. Geralmente recomenda-se que seja feito nos três primeiros dias da menstruação.

*Exame de Imagem - O ultrassom transvaginal e abdominal são os testes mais comuns utilizados para o diagnóstico de endometriomas. O transvaginal tem a vantagem de fornecer informações adicionais sobre a composição interna da massa ovariana. A precisão no diagnóstico de endometriomas depende muito da experiência do examinador. Geralmente estes cistos se apresentam com uma consistência sólida. Isto é devido ao material parecido com "chocolate derretido" dentro de sua estrutura.

- Como são tratados?

Em primeiro lugar, o mais importante é confirmar o diagnóstico de endometrioma e descartar a possibilidade de câncer ovariano. Geralmente, o risco de malignização de um endometrioma é baixo. As opções de tratamento incluem:

*Conduta expectante;

*Terapia medicamentosa - geralmente recomenda-se os análogos do GnRH, como Zoladex.

*Cirurgia/Videolaparoscopia - onde o médico removerá todo o conteúdo de chocolate do cisto e fará a excisão dos endometriomas. Depois reconstruirá o ovário, preservando a fertilidade.



IMPORTANTE:

Se você sente dores abaixo do umbigo (unilateral ou bilateral) que pioram com a ovulação e com a menstruação, está na hora de procurar um médico especialista em endometriose para saber se possui um cisto de ovário, do tipo "endometrioma".

Até a próxima!


Luciana Diamante