segunda-feira, 20 de junho de 2011

ADERÊNCIAS PÉLVICAS: O "GRUDE" QUE NOS APAVORA!


Aderências Pélvicas! Quem tem endometriose até treme quando ouve estas duas palavrinhas! Não é prá menos, afinal, dentre os estragos que a nossa doença causa, as aderências estão no topo da "lista do mal"! Mas, saibam que este é um problema de milhares de mulheres, mesmo sem endometriose!


O fato é que as aderências são um grave problema para as portadoras de endometriose, pois causam muitas dores, inclusive nas relações sexuais, e infertilidade! Com certeza, é pior que "chiclete" grudado no cabelo!!!

Mas, o que afinal são e como se formam estas tais aderências pélvicas? Será que existe como tratá-las? É o que vamos ver nesta postagem!


- O QUE SÃO AS ADERÊNCIAS PÉLVICAS?


Pense numa cola bem potente grudada entre seus dedos. Se tentar desgrudá-los, sem usar um produto, ou um sabão especial, com certeza irá sentir muita dor e seus dedos vão ficar machucados, certo? Pois então, as aderências pélvicas são bem parecidas com isto!

São, na verdade, faixas anômalas de tecido cicatricial que se formam na pelve e fazem com que os órgãos fiquem grudados ou colados entre si.


Os órgãos, que estão na nossa pelve, estão muito próximos uns dos outros, assim, quando ficam aderidos não conseguem se movimentar, denominando o que os médicos chamam de "Pelve Congelada", situação muito comum encontrada em várias portadoras de endometriose.

Desta forma, podemos ter casos em que a bexiga está aderida ao útero, o ovário ao intestino, a vagina com o reto, e assim por diante. Às vezes, as aderências são tantas que não é possível ao médico diferenciar onde começa um órgão e onde termina o outro. Por isto, toda a experiência do cirurgião para desfazer estas aderências, sem lesar os órgãos, é primordial.


- COMO SÃO FORMADAS AS ADERÊNCIAS PÉLVICAS?

Existem várias maneiras que explicam o surgimento de aderências pélvicas.

*No caso das mulheres com endometriose, as aderências podem surgir a partir dos próprios focos e nódulos formados pela doença. Lembram-se do texto "Menstruação: Nossa Grande Vilã"? Lá explicamos que quando menstruamos, os focos de endometriose também "menstruam", porém o sangue não tem para onde sair e acumula-se na pelve, causando uma inflamação. Este sangue acumulado "seca" e "cicatriza", formando estas aderências entre os órgãos. Isto quer dizer que quanto mais uma mulher com endometriose menstruar, mais chances terá de formar aderências.

*Outra maneira bastante comum em que se formam as aderências pélvicas é através da cirurgia. Qualquer cirurgia, inclusive a cesariana, pode levar à formação de aderências entre os órgãos. A manipulação dos órgãos e os "cortes" que são feitos, tanto no abdômen, quanto no peritônio (camada que envolve os órgãos) podem inflamar. Esta inflamação faz parte do processo de cicatrização, mas pode também favorecer o aparecimento de faixas fibrosas, formando as aderências.

- QUAIS OS SINTOMAS DAS ADERÊNCIAS PÉLVICAS?

Basicamente são dores. Dependendo de onde estiver a aderência, o sintoma estará relacionado àquele órgão. Por exemplo: se há uma aderência entre a vagina e o reto, a mulher poderá sentir dores nas relações sexuais. Também poderá sentir dores ao evacuar. Já se houver uma aderência que envolva as tubas uterinas, o sintoma pode ser a infertilidade. Uma aderência entre a bexiga e o útero, pode causar muito desconforto para urinar. E assim por diante.

Algumas vezes, as consequencias podem ser graves, por exemplo, quando as aderências bloqueiam a passagem de fezes pelo intestino. Esta situação chama-se Obstrução Intestinal é uma condição grave que deverá receber pronto atendimento médico. Os sintomas podem incluir fortes dores, náuseas e vômitos.


- COMO SÃO TRATADAS AS ADERÊNCIAS PÉLVICAS?

Curiosamente o tratamento para as aderências pélvicas é a própria cirurgia! Digo que é curioso, pois como vimos, as cirurgias são grandes formadoras de aderências. Entretanto, como as aderências são firmes e muito fortes, nenhuma medicação é capaz de dissolvê-las ou eliminá-las. Somente através de um bisturi e de instrumentos cirúrgicos especiais é que conseguimos nos livrar delas! O procedimento cirúrgico que remove e destrói as aderências chama-se "Lise de Aderências", e está previsto em quase todas as cirurgias para endometriose.

- É POSSÍVEL PREVENIR AS ADERÊNCIAS PÉLVICAS?

Sim. Existem métodos utilizados pelos médicos cirurgiões que amenizam e evitam a formação de novas aderências após o procedimento realizado para eliminá-las. Isto deve ser conversado antes da cirurgia com o médico. A paciente deve perguntar-lhe quais os métodos serão utilizados a fim de evitar que novas aderências se formem após a cirurgia.

Além disto, pacientes com endometriose sempre deverão ser preferencialmente operadas pela via laparoscópica, ou seja, através da Videolaparoscopia, Cirurgia Minimamente Invasiva. Este método, além de ser melhor em termos de visualização das lesões, também reduz as chances de aderências pélvicas, especialmente porque os cortes feitos no abdômen são menores que 1 cm, bem diferente da "Laparotomia" (cirurgia aberta), onde o corte feito na barriga, pode facilmente formar aderências posteriores!

- CONCLUINDO

As aderências são um grave problema encontrado na maioria das portadoras de endometriose. Podem ser formadas ao longo dos anos e causar muitas dores e desconfortos. É um "grude" que nenhuma de nós quer ter!

Portanto, se você estiver sentido dores mesmo após a cirurgia, visite seu médico e peça para realizar novos exames a fim de verificar se o seu problema são as aderências! Além disto, como sempre lembramos, suspenda a sua menstruação, isto evitará que novas e chatas aderências se formem!

Até a próxima!

Luciana T. Golegã Diamante

sábado, 11 de junho de 2011

MENSTRUAÇÃO: A NOSSA GRANDE VILÃ!

Visita indesejada, chata, inconveniente, mal cheirosa e muito dolorosa... eis aí nossa grande vilã: a menstruação!

Existem muitos debates sobre menstruar ou não menstruar, mas o fato é que mulheres com endometriose NÃO devem menstruar e ponto final.

Há um motivo para isto e neste texto, vamos tentar entender porque a menstruação é a nossa grande vilã.

I - CONHECENDO NOSSO CICLO MENSTRUAL


Lembra-se quando você ouviu pela primeira vez sobre o Ciclo Menstrual? Certamente foi através de um professor, em alguma aula de Biologia, daquelas bem difíceis! Infelizmente, a teoria não mudou e tentar entender o ciclo menstrual continua complicado! Mesmo assim, vamos tentar explicar abaixo como tudo acontece, da forma mais simples possível, pois é importante conhecermos como o nosso corpo funciona.

O que é o Ciclo Menstrual?

O ciclo menstrual é o nome que damos para todo o período de uma menstruação até a próxima menstruação. A menstruação é uma descamação do endométrio (membrana que reveste a cavidade do útero), acompanhada da saída de sangue através da vagina. Em geral, ocorre mensalmente e marca a vida reprodutiva da mulher, ou seja, durante este período, a mulher é capaz de gerar um filho.

Quando começa o Ciclo Menstrual?

O ciclo menstrual é contado a partir do primeiro dia da menstruação,  isto é, no dia em que começa o sangramento, e não no dia em que termina o sangramento. Isto é importante, pois muitas meninas confundem. Não importa quantos dias você vai ficar sangrando, o primeiro dia sempre será aquele em que você notou a manchinha de sangue na calcinha ou no papel higiênico. A partir daí, a contagem termina um dia antes da próxima menstruação. Geralmente, dura entre 28 a 30 dias, mas existem casos em que o ciclo pode ser menor ou maior. Não há um padrão único, cada mulher tem seu próprio padrão e deve anotar as datas de início e término do ciclo para descobri-lo.


O que acontece durante o Ciclo Menstrual?

Para entender melhor, o Ciclo Menstrual é dividido em três fases:

1a.) Fase Folicular:


Inicia-se no primeiro dia do ciclo: o primeiro dia da menstruação. Neste momento, a Hipófise (uma glandula situada no cérebro) começa a produzir um hormônio chamado FSH - Hormônio Folículo Estimulante - que por sua vez atuará nos ovários, estimulando a produção dos folículos (bolsas de líquido que contém os óvulos). Os folículos começam a crescer mais ou menos a partir do sétimo dia do ciclo. Durante seu crescimento, secreta quantidades cada vez maiores de Estrógeno, um tipo de hormônio feminino. Neste início, vários folículos são estimulados ao mesmo tempo, mas somente um produzirá estrógeno suficiente para inibir a produção de FSH e fazer com que os outros folículos "murchem". Portanto, apenas um folículo será o dominante e irá liberar o óvulo. O estrógeno produzido por este folículo, irá preparar o corpo da mulher para uma possível fecundação, fazendo o endométrio engrossar e se desenvolver dentro do útero, preparando-se para receber o embrião.

2a.) Fase Ovulatória:


Geralmente, ocorre no meio do ciclo. Aquele folículo dominante, ao produzir altas doses de estrógeno, induz a uma grande liberação de um outro hormônio, também produzido pela hipófise, chamado LH - Hormônio Luteinizante.  Quando ocorre o “pico de LH” (momento de maior produção deste hormônio) acontece a liberação do óvulo pelo folículo, ou seja, a Ovulação. Desta forma, o LH é o responsável pela ovulação, o que quer dizer que se não houver esse “pico de LH”, não há ovulação.

3a.) Fase Lútea:


Marca a segunda metade do ciclo. Após a ovulação, o folículo se transforma numa estrutura chamada corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estrógeno, o hormônio Progesterona, que vai terminar o preparo do endométrio para a implantação do embrião. Mais ou menos entre o sexto e o oitavo dias após a ovulação, o nível de progesterona no sangue atinge o máximo, e a medida deste hormônio no sangue, se for baixa, é causa de infertilidade. Ainda não se conhece com toda a precisão o dia da implantação do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a ovulação. Se não ocorre implantação, então a progesterona e o estrógeno param de ser fabricados pelo corpo lúteo, seu nível diminue no sangue, o que faz o endométrio se desprender do útero, iniciando nova menstruação, ou seja, um novo ciclo menstrual. Isto continuará acontecendo até que a mulher entre na chamada Menopausa, quando cessam a produção destes hormônios.

II - O CICLO MENSTRUAL E A ENDOMETRIOSE


Afinal, porque não podemos menstruar? O que o ciclo menstrual tem a ver com a Endometriose?



Bom, como já explicamos neste blog, o endométrio deveria ser originalmente encontrado apenas dentro do útero, pois sua função é a de ser um "ninho" para o futuro embrião. Entretanto, por razões desconhecidas, algumas células ou fragmentos deste endométrio são encontrados em outros órgãos, fora do útero, causando a Endometriose


Estes focos podem estar presentes nos ovários, tubas uterinas, ligamentos que sustentam o útero, na área entre a vagina e o reto (septo retovaginal), na superfície externa ou na musculatura do útero (adenomiose) e no revestimento da cavidade pélvica (peritôneo). Em alguns casos, também pode atingir outros órgãos, como a bexiga, intestino, vagina, colo do útero, vulva e cicatrizes cirúrgicas abdominais.




 O problema é que durante o ciclo menstrual, estes focos de endométrio fora do útero, também sofrem a ação dos hormônios (estrógeno e progesterona) e irão se comportar como se estivessem dentro do útero. Em outras palavras, estes focos crescem, se desenvolvem, ficam cheios de sangue e depois descamam. Porém, este sangue não tem para onde sair e fica acumulado dentro do abdomen causando muita inflamação, dores e aderências.


Resumindo: todas as vezes em que uma mulher com endometriose menstrua, estes focos de endométrio grudados fora do útero, também "menstruam", causando inflamações cada vez maiores e muitas complicações. Por este motivo, o tratamento principal para a doença é suspender a menstruação, de forma que impeça o crescimento dos focos já instalados, ou daqueles focos que não puderam ser retirados na cirurgia.


Isto quer dizer que se retirarmos o útero ficaremos curadas da doença?



Absolutamente, não! O que faz o endométrio crescer e descamar são os hormônios fabricados pelos ovários, portanto, retirar o útero de nada adiantará, pois os focos de endometriose continuarão respondendo à ação destes hormônios, independente ou não da presença do útero. Por outro lado, se o útero e os ovários forem retirados, a mulher entrará em menopausa, o que poderá acarretar outros problemas, ainda mais se a paciente ainda for muito jovem.


E quando há o desejo de engravidar?


É claro que quando há o desejo de engravidar, não se deve parar de menstruar, pois a gravidez só é possível quando existe a atuação dos hormônios, permitindo a ovulação e a preparação do endométrio. Entretanto, para as mulheres com endometriose, o ideal é tentar engravidar após realizar um tratamento para a doença, pois assim reduz-se a inflamação, aumentando as chances de gravidez.


Vale lembrar que não é recomendado que uma paciente com endometriose passe muito tempo menstruando para tentar engravidar. Geralmente, após o tratamento (cirúrgico ou medicamentoso) sugere-se que tente a gravidez por 6 meses (isto quando tiver certeza de que as tubas uterinas estão desobstruídas e livres de aderências) e, caso não consiga, a recomendação é partir para as técnicas de Reprodução Assistida.


E se não existir o desejo de engravidar?


Quando não existe o desejo de gravidez, o tratamento será sempre suspender a menstruação, o que poderá ser feito de diferentes maneiras, como veremos em uma próxima postagem!


Desta forma, como brincamos no vídeo da "EndoChata", a menstruação é a "feijoada" da Endometriose, pois quanto mais vezes menstruamos, pior a doença fica! Por isto, o diagnóstico precoce é tão importante!


Portanto, se você tem endometriose, fique de olho na menstruação! Não deixe o "chico" te pegar!!


Até a próxima!
Luciana T. Golegã Diamante

quinta-feira, 2 de junho de 2011

POR QUE SOMOS TÃO MAL COMPREENDIDAS?

Esta é uma pergunta feita por muitas portadoras de Endometriose. De fato, não são só as dores que assombram e tiram a nossa paz. A falta de compreensão, por parte dos médicos, família, amigos, colegas de trabalho e outros, é tão difícil quanto lidar com os sintomas desta doença.

Aliás, a falta de compreensão também dói e muito! E o pior é que não existe um analgésico potente para aliviar este tipo de dor!

Por que isto acontece? Podemos pensar em alguns motivos, vejamos:


1º) A "FALTA DE INFORMAÇÃO" E A "DESINFORMAÇÃO"

Quando se trata de Endometriose nos deparamos com dois tipos de problemas: a "Falta de Informação" e a "Desinformação". Podem parecer sinônimos, mas não são!

No primeiro caso, a falta de informação, é fácil de entender. Se sairmos nas ruas e perguntarmos aleatoriamente às pessoas, "o que é Endometriose", a maioria irá dizer que nunca ouviu falar. Até mesmo algumas portadoras (para não dizer a maioria) ficaram com um ponto de interrogação no rosto quando ouviram pela primeira vez o diagnóstico. Este desconhecimento, em parte, provém do fato de estarmos lidando com uma doença totalmente enigmática (não se conhece a causa, nem a cura); mas também pode ser explicado pela falta de interesse ou o "não-reconhecimento" da importância da divulgação da Endometriose para a saúde feminina. Isto é um problema mundial.

Porém, se a falta de informação sobre a doença é ruim, pior ainda é recebê-la de maneira errada! Isto é o que chamamos de Desinformação, outro grave problema enfrentado pelas portadoras e que têm sido cada vez mais frequente. É tão sério que uma simples informação incorreta pode até agravar um quadro de Endometriose. Um bom exemplo sobre esta Desinformação foi passado, este ano, pela novela global "Insensato Coração", com a personagem "Carol" que parece ter todas as doenças, menos Endometriose!

De todo modo, esta dupla infeliz - a "Falta de Informação" e a "Desinformação" - contribui para que as portadoras de Endometriose sejam mal compreendidas. Sim, pois se não há conhecimento sobre a doença - seus sintomas e consequencias - fica difícil tentar compreender a portadora.

Por outro lado, a informação incorreta atrapalha o diagnóstico e o tratamento, e ainda contribui para que as dores, frequentemente associadas à doença, sejam vistas como "frescura", "mentira", "exagero", "psicológicas" e por aí vai.


2º) O DESPREPARO DOS MÉDICOS

Ora, sabemos que a Endometriose é uma doença ginecológica, logo se espera que qualquer ginecologista seja capaz de diagnosticá-la, correto? Nem tanto! Vejam: não estou falando que todos os ginecologistas precisam saber como tratar a Endometriose, afinal, esta patologia necessita de especialização; porém estar preparado para diagnosticá-la deveria ser obrigação.


Infelizmente, leva-se de 8 a 10 anos para uma mulher descobrir que tem Endometriose. Isto não é piada; existem pesquisas que comprovam esta afirmação. O problema é que se trata de uma doença PROGRESSIVA, ou seja, quanto mais tempo leva para começar a tratá-la, pior o prognóstico.

Sinceramente, aqui não cabe dizer que a culpa é da falta de informação, afinal estamos falando de médicos que estão estudando especificamente para aprender sobre as doenças ginecológicas, ou seja, em algum momento, eles certamente estudam sobre a Endometriose.

Então, o que acontece? O meu palpite é que isto é uma questão de "prioridade", quer dizer, em medicina ensina-se que as doenças comuns são as mais frequentes. Ora, os sintomas da Endometriose são muito parecidos com várias outras patologias mais comuns, o que quer dizer que para vários ginecologistas, a Endometriose é a "última da fila", e isto quando ela está na fila! Brincadeiras a parte, o que pode estar acontecendo é que quando uma paciente queixa-se de cólicas menstruais, o ginecologista só vai desconfiar de Endometriose, depois que tiver pesquisado todas as outras doenças que causam este mesmo sintoma.

Esta conduta precisa mudar, pois a Endometriose é uma doença grave que não pode esperar para ser diagnosticada. Portanto, todos os ginecologistas deveriam saber que quando uma mulher ou mesmo uma adolescente  diz que sente fortes cólicas durante o período menstrual, a primeira doença que deverá investigar é a Endometriose.

Vale lembrar que, atualmente, é possível diagnosticá-la (ou levantar a hipótese do diagnóstico) através de exames de imagem específicos e de um bom preparo do profissional. Um médico despreparado pode ser um dos motivos pelos quais somos mal compreendidas.


3º) A DIFICULDADE EM LIDAR COM A DOENÇA


Infelizmente, mesmo sem querer, a portadora de Endometriose também pode contribuir para a falta de compreensão da doença.

É claro que todo diagnóstico de uma doença crônica é doloroso e difícil. Com a Endometriose não é diferente. Descobrir-se "portadora de Endometriose" pode ser uma das experiências mais frustrantes e temerosas na vida de uma mulher. Passamos por diversos "estágios psicológicos" até chegar à "Aceitação" (leia mais na postagem "Eu tenho Endometriose, e agora?").

O problema é quando não se consegue aceitar a doença, pois neste caso, ficamos reclusas e geralmente não queremos falar, pensar ou escrever sobre a Endometriose. Muito menos divulgá-la! Isto faz parte de todo o processo da doença e temos o direito de nos sentirmos assim.

Porém, é preciso estar ciente que à medida que nos escondemos, a doença também continua no "anonimato" e isto acaba contribuindo cada vez mais para que os outros (leigos) não compreendam as nossas dores, nossa tristeza, depressão e etc.

Hoje, no Brasil, somos mais de 6 milhões de portadoras. É um número expressivo para uma doença tão pouco conhecida. Imaginem se as 6 milhões de brasileiras resolvessem divulgar e informar sobre a Endometriose... certamente já teríamos feito muitas conquistas e nossa qualidade de vida seria bem melhor!

Portanto, meninas, vamos nos empenhar e nos unir para divulgarmos esta "EndoChata"! Tenho certeza de que juntas, iremos mudar a realidade da Endometriose em nosso país.


Até a próxima!


Luciana T. Golegã Diamante