Ufa!
Chegamos ao final do ano! Esta é aquela época em que paramos para fazer uma
retrospectiva sobre todas as coisas boas que aconteceram em nossas vidas, os
projetos que realizamos, as metas que alcançamos.
Para nós, a boa
surpresa de 2012 foi poder contar com mais um ano de apoio e participação de
todos vocês no grupo! Apesar de todas as dificuldades que encontramos nessa
nossa jornada com a endometriose, podemos considerar o ano de 2012 como
positivo para o GAPENDI.
Neste ano, criamos a
nossa fan page Endometriose Online que teve como principal objetivo
aumentar as possibilidades de informações e divulgação sobre a doença, através
de postagens dinâmicas e lúdicas conseguindo, assim, alcançar um publico
diferenciado e diversificado, incluindo não apenas as portadoras, mas também
seus familiares, amigos, profissionais da área de saúde, dentre outros.
Terminamos o ano com quase 2.000 “curtidas” e muitos compartilhamentos das
imagens e textos publicados.
Em 2012, também tivemos um aumento expressivo na quantidade de membros
participantes do nosso grupo no Facebook. Hoje, com mais de 2.100 membros, este
grupo acolhe não apenas as portadoras, mas também toda e qualquer pessoa que
abrace a nossa causa e mostre interesse em nos ajudar a divulgar a doença. Assim,
o nosso principal objetivo com este grupo foi o de divulgar, informar, prestar
apoio e orientação às portadoras e seus familiares sobre diversas questões
relacionadas à endometriose. Vale lembrar que este é um grupo “fechado”, o que
dá maior privacidade aos relatos das portadoras.
Porém, a grande novidade em 2012, foi a ramificação do nosso grupo principal,
de onde surgiu o “Gapendi – só para portadoras”. Como o próprio nome diz, este
grupo é formado exclusivamente por portadoras de endometriose, não sendo
permitida a entrada de nenhuma outra pessoa, como amigos, familiares ou
médicos. Foi uma ideia única e original que acabou sendo considerado, por
todas, como um cantinho especial onde podem ser abordadas as questões mais profundas
e intimas das portadoras, de maneira totalmente privada e segura. Neste grupo,
também foi possível cultivar a amizade, a união, o apoio mútuo. O sucesso foi
tão grande que hoje já contamos com mais de 600 portadoras que solicitaram a
sua participação e foram recebidas com muito carinho. Podemos dizer que temos
ali uma grande família de mulheres fortes e guerreiras.
Por falar em mulheres
guerreiras, diversas cirurgias foram realizadas em 2012 e o Gapendi acompanhou
todos os procedimentos de perto, criando um tópico específico para orações e
torcida. Cada cirurgia bem sucedida representava uma alegria para todas do
grupo! Graças ao bom Deus, todas as cirurgias foram realizadas com sucesso e as
portadoras seguem em busca da tão sonhada e almejada qualidade de vida.
Outra grande felicidade
para o grupo foi o que chamamos de "baby boom" do Gapendi! A cada
positivo, uma vibração, torcida, alegria, lágrimas de felicidade e, acima de
tudo, uma grande esperança para todas aquelas que sonham com a tão esperada
maternidade. Parabéns a todas as mamães do GAPENDI! Temos certeza que em 2013
muitas outras portadoras “tentantes” serão abençoadas com este presente lindo!
Seja através da gestação ou da adoção!
Em relação ao blog,
tivemos o privilégio de contar com a parceria de alguns médicos especialistas
em endometriose que gentilmente cederam seus textos ou entrevistas,
engrandecendo, assim, o nosso trabalho com informações corretas a cerca da
nossa doença, que é tão enigmática. Somos muito gratas pela colaboração destes
excelentes profissionais!
Ah, claro! Não podemos
deixar de mencionar nosso “Endoencontro” deste ano! Realizado na cidade de São
Paulo, em uma casa de chá, o encontro foi literalmente uma delícia! Foi
maravilhoso poder estar algumas horas juntas, rindo, felizes, em um momento
único de confraternização com mulheres lindas e guerreiras. Em 2013 teremos
muito mais!
Enfim, neste ano que
passou, tivemos tratamentos realizados com sucesso; outros nem tanto... Porem
sempre houve uma palavra de apoio, carinho, troca entre as participantes do
grupo e é isso que esperamos em 2013!
Temos muito orgulho por
tê-las no “GAPENDI” e por termos construído essa família tão unida, cheia de
energia positiva, sempre prontas para ajudar umas às outras e repleto de
amizades verdadeiras.
Desejamos que esse ano
que se inicia seja repleto de saúde, sucesso nos tratamentos, qualidade de vida
restauradas, sonhos realizados, positivos confirmados, mais Endoencontros para
gargalharmos, informações e experiências compartilhadas, portadoras ajudadas,
carinhos multiplicados, amizades somadas a cada dia, alegria transbordada,
esperanças renovadas e FÉ sempre!
Olá a todos! Hoje vamos falar um pouco sobre um tipo de endometriose que pode acometer os nervos. Para isto, contamos com a colaboração do médico ginecologista Dr. Nucélio Lemos, responsável pelo ambulatório de Neurodisfunção Pélvica da UNIFESP, que gentilmente nos cedeu alguns textos para publicarmos nesta postagem.
Agradecemos desde já ao Dr. Nucélio e esperamos que este texto possa tirar muitas dúvidas que sempre surgem a respeito deste tema.
Segue o artigo:
"Importante causa de dor pélvica crônica e esterilidade, a endometriose é uma doença relacionada ao endométrio, o tecido que reveste a parte interna do útero.
Com atividade controlada pela ação dos hormônios femininos, as células do endométrio se multiplicam para servir de suporte da gestação, oferecendo as condições necessárias para a implantação do embrião e formação da placenta. Caso a gestação não aconteça, o tecido descama e é expelido pelo organismo em forma de fluxo menstrual. Começa, então, um novo ciclo.
Há casos em que o endométrio se desenvolve fora do útero, nas cavidades pélvica ou abdominal, ou acometendo órgãos como trompas, ovários, intestinos ou bexiga, caracterizando a endometriose. Este tecido passa a ser estimulado mensalmente, da mesma maneira que o tecido de dentro do útero, pelos hormônios femininos. Assim, mensalmente se espessam e sangram, podendo infiltrar e provocar aderências entre as estruturas vizinhas, prejudicando a função dos órgãos acometidos e causando dor pélvica crônica. A inflamação e as aderências geradas pela endometriose podem levar à infertilidade.
A endometriose pode acometer as pacientes de diferentes formas, em diferentes regiões do corpo. Por este motivo, diversos podem ser os sintomas. Contínuos ou intermitentes e de intensidade variável, os sintomas e sinais geralmente apresentam piora durante o período perimenstrual.
O diagnóstico e estadiamento da endometriose já pode ser feito por meio da ressonância magnética e ultrassonografia transvaginal com preparo de intestino, realizadas por um radiologista especializado e capacitado no diagnóstico da endometriose. O diagnóstico definitivo é feito pela biópsia por laparoscopia.
A Endometriose nos nervos
A endometriose é uma doença benigna; porém, apresenta uma característica invasora semelhante ao câncer do colo do útero, se disseminando por toda a pelve e, às vezes, por porções mais distantes do organismo.
Entre as estruturas que a endometriose costuma invadir ou comprimir estão os nervos pélvicos. Ocorre, que ainda não se sabe diagnosticar a infiltração dos nervos pélvicos por meio da ressonância magnética nem da ultrassonografia; assim, a dor nas pernas ou na região glútea e as alterações urinárias e intestinais decorrentes da invasão nervosa raramente são creditadas à endometriose. Por meio das técnicas diagnósticas e cirúrgicas da neuropelveologia, é possível tratar por completo a endometriose que invade ou envolve os nervos.
A primeira vez em que se constatou a invasão por endometriose no nervo ciático aconteceu em 1955. De lá para cá, a invasão por endometriose já foi verificada em praticamente todos os nervos do plexo sacral (nervos que saem da coluna vertebral em direção a pelve, pernas e pés), bem como nos nervos obturador e pudendo. As consequências variam conforme o nervo acometido.
Sintomas
Os sintomas do acometimento de nervos pela endometriose são: dor em cãibra, choque ou queimação com irradiação para a região glútea ou para as pernas; sensação de forte desejo evacuatório ou urinário, mesmo na ausência de urina ou fezes na bexiga e no reto; sensação de perda urinária iminente, mesmo com pequenas quantidades de urina na bexiga; dor ou desconforto à evacuação; incontinência urinária e anal e dificuldade de se locomover. Esses sintomas podem ser constantes ou aparecer somente no período menstrual.
É muito importante relatar ao médico a ocorrência frequente desses sintomas durante o período menstrual já que eles sugerem que a endometriose esteja atingindo nervos e requer investigação por meio de avaliação neurofuncional pélvica. Neste caso, é necessária a cirurgia neurofuncional para remover essas lesões.
Cirurgia
Ainda, caso a endometriose esteja invadindo a região do septo retovaginal, é essencial que a cirurgia seja feita com laparoscopia de alta definição e neuroestimulação intra-operatória, no intuito de preservar os nervos da bexiga e do reto, que têm alto risco de lesão em cirurgias para tratamento da endometriose.
Devido à tendência a se desenvolver próximo aos nervos pélvicos, característica da endometriose, muitas vezes ocorre lesão inadvertida dos mesmos durante a cirurgia. Isso pode causar paralisia da bexiga ou diminuição da sua capacidade de eliminar urina, às vezes levando à necessidade de sondagem para esvaziar a bexiga. O mesmo pode acontecer com o reto. Em alguns destes casos de sequelas cirúrgicas, pode-se tentar implantar um neuroestimulador, para "sobrecarregar" as fibras nervosas remanescentes, no intuito de devolver, ao menos em parte, o controle sobre as funções urinária e evacuatória.
Além disso, mesmo após a remoção completa da endometriose, o próprio processo de cicatrização pode levar ao surgimento de novos vasos sanguíneos ou fibrose, comprimindo os nervos ou raízes sacrais, resultando em novas dores. Tanto a remoção da endometriose remanescente, quanto da fibrose e dos vasos neoformados sobre os nervos da pelve podem ser realizadas por meio de técnicas da neuropelveologia.
Contribuição da neuropelveologia para as pacientes com endometriose
A neuropelveologia pode ajudar as pacientes com endometriose de três maneiras:
1. a primeira, já citada acima, é permitindo o tratamento da endometriose que acomete os nervos pélvicos;
2. a segunda é pela prevenção da lesão dos nervos que acometem a bexiga durante a retirada de lesões que se encontrem nas proximidades desses nervos;
3. a terceira é a reabilitação de pacientes que tiveram as funções urinária e evacuatória por uma cirurgia pélvica prévia, para tratamento da endometriose ou de outras doenças pélvicas.
Quando realizada por técnicas laparoscópicas tradicionais, o tratamento radical da endometriose infiltrativa pode causar lesões nervosas importantes em cerca de 5% dos casos, com perda da capacidade de contração e eliminação de urina da musculatura da bexiga, que perde o controle nervoso. Os casos com maior risco de lesão nervosa são os casos em que o nódulo se encontra mais baixo, na vagina, no reto ou no septo retovaginal. A preservação nervosa no tratamento cirúrgico da endometriose é realizada por meio de uma técnica especial para evitar a lesão inadvertida desses nervos, denominada Laparoscopic Neuronavigation (LANN Technique). Com esta técnica, o risco de alterações vesicais por lesão nervosa cai para menos que 1%.
No caso de pacientes que já sofreram lesão dos nervos por um procedimento cirúrgico radical e ficaram com problemas urinários, fecais há a opção do implante de um neuroestimulador, que por meio de "sobrecarrega" dos nervos restantes, tentará devolver a contração da bexiga."
Dr.
Nucelio Lemos,Coordenador
científico do site Neurodisfunção Pélvica.Graduado pela
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em
2003. Concluiu o Doutorado em Medicina, área de concentração em
Tocoginecologia, nesta mesma instituição em 2008. Cursou
Fellowship em Neurodisfunções Pélvicas pela International
School of Neuropelveology, na Klinik Hirslanden, Zurique, Suíça.
O Setor de Neurodisfunções Pélvicas é coordenado pelo Dr.
Nucélio que, desde 2010 desenvolve seu Pós-Doutorado em
Ginecologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com
as linhas de pesquisa "Diagnóstico e Tratamento das
Neurodisfunções Pélvicas, Disfunções do Assoalho Pélvico e
da Dor Pélvica
Para exemplificar, abaixo publicamos um vídeo que conta a história de uma paciente que apresentava Endometriose no Nervo Ciático. Esta história foi contada pelo canal Discovery.
Vamos divulgar a Endometriose? Este é um dos principais objetivos do Gapendi!
Sabemos o quanto esta doença pode prejudicar a qualidade de vida de muitas mulheres e, o mais triste é saber que muitas sofrem sem ao menos ter conhecimento de que podem estar com Endometriose.
Isto acontece principalmente pela falta de informação.
Queremos mudar esta realidade, pois sabemos que quanto mais cedo a Endometriose é diagnosticada, maiores as chances de sucesso no tratamento.
Por isto, criamos este vídeo para que seja divulgado entre o máximo de pessoas possíveis, e para isto contamos com a ajuda de cada um que acompanha e participa do nosso grupo!
Assistam e compartilhem! Ajude-nos a divulgar a Endometriose, pois assim você poderá estar informando àquela mulher, que sofre com cólicas fortíssimas todos os meses, que ela pode ser portadora de Endometriose e que precisa buscar o tratamento adequado para voltar a ter qualidade de vida!
Olá a todos! Hoje vamos reproduzir uma reportagem que foi publicada no site da HypeScience, uma revista eletrônica que se interessa na divulgação de temas relevantes sobre ciência, tecnologia e saúde. Ficamos surpresas quando vimos que a Endometriose foi lembrada na reportagem intitulada "As 10 doenças mais dolorosas do mundo". Sabemos que a Endometriose é uma doença pouco conhecida da população. Muitas mulheres, que sofrem com cólicas menstruais incapacitantes, sequer imaginam que possam ser portadoras deste mal, justamente pela falta de conhecimento dos sintomas. Além disto, este desconhecimento gera muito preconceito para com as mulheres que verdadeiramente não conseguem trabalhar, estudar, limpar a casa, ter relações sexuais, além de realizar outras tarefas cotidianas, justamente por se verem imobilizadas com a dor que a Endometriose causa e que muitas vezes é tida como frescura por quem desconhece a doença. Portanto, ficamos surpresas e contentes por ter a Endometriose incluída na lista das doenças mais dolorosas, pois é exatamente isto que nossa doença é: extremamente dolorosa! Isto pode ajudar a quem desconhece a doença a ter compreensão e carinho pela portadora de Endometriose, acolhendo-a nos momentos de dor e ajudando-a a lutar contra a doença! Abaixo vamos reproduzir a reportagem publicada na HypeScience, escrita pelo jornalista Guilherme de Souza:
As 10 doenças mais dolorosas do mundo
Cada pessoa tem um nível de tolerância a dor. Contudo, mesmo as mais resistentes iriam suplicar por alívio se tivessem alguma das doenças que listamos a seguir. Confira:
10 – ENDOMETRIOSE
Não bastassem os incômodos do ciclo menstrual e as dores do parte, as mulheres também estão sujeitas à dolorosa endometriose. A doença, que atinge em média uma em cada 10 mulheres, ocorre quando células do endométrio (que normalmente só se encontram dentro do útero) migram e crescem em outros órgãos – como os ovários, as tubas uterinas e até mesmo o intestino. Existem diversos tratamentos para aliviar os sintomas, mas não há cura para a endometriose.
9 – GASTROENTERITE
Os sintomas dessa doença, causada por bactérias ou vírus, não são bonitos de ver (e, menos ainda, de sentir): náusea, vômito, diarreia (que pode causar desidratação), febre, calafrios e dolorosos espasmos abdominais. Em alguns casos, a infecção pode se estender por mais de uma semana.
8 – ABCESSO DENTÁRIO
A dor causada pelo acúmulo de pus em volta da raiz de um dente pode fazer qualquer um esquecer o “medo de ir ao dentista” e correr em busca de tratamento. O pior é que muitas vezes o paciente precisa tomar antibióticos antes que o dentista possa resolver o problema, já que a infecção pode “devorar” qualquer dose segura de anestesia.
7 – OTITE
A inflamação do ouvido é relativamente comum entre crianças, e a dor que causa pode tirar o sono de qualquer um. Dependendo do caso, pode causar vertigem severa – e ficar de pé se torna uma tortura.
6 – PERITONITE
Emergência cirúrgica, a peritonite pode levar o paciente à morte. Ocorre quando o peritônio (membrana que cobre vários órgãos abdominais) é inflamado, e a dor é tão forte que a pessoa quase sempre pede (ou suplica) para ser operada imediatamente.
5 – TORÇÃO DO TESTÍCULO OU DO OVÁRIO
Muita gente fica agoniada só de ler sobre doenças envolvendo os órgãos sexuais – e não é por acaso. Quando os testículos ou ovários se torcem em seus próprios ligamentos (o que, infelizmente, pode ocorrer espontaneamente), a dor extrema vem acompanhada de um risco de necrose e de esterilidade. A condição é considerada uma emergência médica.
4 – HERPES-ZÓSTER
Qualquer pessoa que já tenha tido varicela/catapora pode acabar desenvolvendo herpes-zóster em algum momento da vida, já que as duas condições são causadas pelo mesmo vírus (que, depois de uma infecção, nunca é totalmente removido do organismo). A dor é intensa e contínua, e não tem cura – apenas remédios para aliviar os sintomas enquanto o próprio corpo luta contra a infecção. Estresse e baixa imunidade aumentam as chances de se desenvolver herpes-zóster.
3 – PEDRA NA VESÍCULA
Formadas por colesterol, as pedras (também chamadas de cálculos biliares) podem escapar da vesícula e atravessar o duto biliar, o que causa uma dor extremamente forte. O problema é mais comum entre mulheres e obesos. Dependendo do caso, só se consegue remover as pedras por meio de cirurgia. Para diminuir os riscos, é recomendado evitar o excesso de gordura na dieta.
2 – CEFALEIA EM SALVAS
Imagine uma enxaqueca dez vezes mais dolorosa. Ao contrário da convencional, a cefaleia em salvas é mais comum entre homens e afeta cerca de 0,1% da população. A dor é tão intensa que já levou pacientes a cometer suicídio. É possível diminuir a frequência e a intensidade das dores, mas ainda não há cura definitiva para a doença.
1 – PEDRA NOS RINS
Quem sofre com essa condição garante: a dor causada por pedras/cálculos nos rins é a pior que uma pessoa pode sentir sem morrer. Não há uma explicação definitiva para o problema (pode ser excesso de sódio, excesso de cálcio, desidratação, fatores genéticos), nem cura. Em alguns casos, é preciso remover as pedras cirurgicamente.
Iniciou hoje em Salvador/BA o 10º Congresso Brasileiro de Dor promovido e organizado pela SBED - Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.
Neste congresso, entre os diversos temas abordados, também irão falar sobre a Dor Pélvica Crônica, sintoma frequente de quem tem Endometriose!
Por este motivo, o GAPENDI marcará presença, com a participação da nossa amiga Marília Gabriela, para que depois possamos trazer a vocês todas as novidades para o controle da dor, especialmente nos casos de dores crônicas, como as provocadas pela nossa doença!
Bom dia a todos! Hoje vamos falar sobre a cólica menstrual de quem tem Endometriose. Você sabia que uma mulher que tem Endometriose, durante o período menstrual, pode ter uma cólica bem diferente de uma mulher que não apresenta a doença?
É importante sabermos diferenciar uma cólica menstrual "normal", daquela que pode ser indicativa da presença desta doença. Esta diferenciação pode não ser tão simples de ser feita, tendo em vista que existem casos de mulheres com Endometriose, às vezes avançada, que simplesmente não sentem dores. Porém, a grande maioria das portadoras experimentam uma cólica intensa que vai piorando com o tempo e que a impede de realizar suas atividades diárias. Saber identificar o tipo de cólica que você tem, pode ser um caminho para o diagnóstico precoce da Endometriose. No quadro abaixo, é possível fazermos uma comparação entre a Cólica Normal e a Cólica de quem tem Endometriose. Fique atenta a estes sintomas e procure um médico caso desconfie que sua cólica está mais forte e dolorosa que o normal!
Chegou ao Brasil uma nova medicação para endometriose: ALLURENE!
É hormonal, em comprimidos, composto por um progestogenio
semi-sintético conhecido como “dienogest” e deve ser tomado diariamente sem
pausa.
Esta medicação já está em uso há algum tempo na União
Européia, com o nome de VISANNE, e antes de ser comercializado, foram feitas várias
pesquisas com pacientes de endometriose demonstrando bons resultados.
A promessa é de melhora nos sintomas de dor e redução dos
focos da doença com menos efeitos colaterais, com a vantagem de poder ser
utilizada por um período maior de tempo, diferentemente dos análogos do GnRH.
Seu uso é mensal.
Tudo isto seria maravilhoso se não fosse por um único
detalhe:
CUSTA ENTRE R$ 170,00 A R$ 200,00 por mês!
EM UM ANO DE USO, A PORTADORA PAGARÁ EM MÉDIA R$ 2.040,00 a
R$ 2.400,00!
Ok! Agora vamos aos fatos:
1º. A maior parte das portadoras de endometriose NÃO são
ricas! Não é à toa que os hospitais que oferecem tratamento gratuito para
endometriose (SUS) estão cada dia mais lotados.
2º. Uma portadora de endometriose sofre tanto com as dores
que não consegue trabalhar. Muitas dependem da renda do marido/companheiro ou
mesmo da família, pois não podem se sustentar sozinhas. Ou seja, elas não têm
um “dinheirinho” sobrando para seu tratamento.
Então para quê serve mesmo esta medicação se a maioria não
terá condições de pagar?
Com certeza, servirá para enriquecer quem não sofre com a endometriose! Pois, mesmo sem dinheiro, uma portadora de endometriose vende todos os bens que possui e se endivida toda para conseguir uma medicação que a deixará sem dor!
Acontece que não é justo com as portadoras colocarem no mercado uma medicação tão cara. É um retrocesso e não um avanço!
Não é de hoje que reclamamos por melhores condições no
tratamento da endometriose, pois tudo que precisamos fazer para nos livrar das
dores, ou mesmo para conseguirmos engravidar, gera um rombo no orçamento, não
apenas da paciente, mas também de toda a família.
Tudo em Endometriose é caro!
Mesmo
quando temos plano de saúde, somos obrigadas a pagar pela cirurgia (pois o
convênio não cobre a equipe cirúrgica necessária, e algumas vezes não libera
materiais cirúrgicos importantes) e isto quando encontramos um especialista que
atenda pelo plano, o que está cada dia mais difícil de achar!
O mesmo acontece
com os exames de diagnóstico por imagem, muitos planos não cobrem tais exames e
muitas vezes não estão disponíveis no SUS.
Os tratamentos alternativos que necessitamos, como
fisioterapia, psicoterapia, nutricionista, acupuntura, entre outros, são todos
cobrados a parte.
Tratamentos para engravidar então... melhor nem comentar!
E quem não tem plano de saúde? Está enfrentando uma fila de
espera no SUS que praticamente não anda. Pode demorar alguns anos até conseguir
a liberação para uma cirurgia por videolaparoscopia, e isto em cidades
importantes do nosso país, pois em vários Estados não tem um hospital público
com ambulatório de endometriose.
E agora, para colocar a cereja em cima do bolo, chega ao
Brasil o Allurene!
Aguardamos tanto por esta medicação e agora que ela está nas prateleiras das farmácias, veio com um valor tão absurdo que ao invés de nos deixar felizes, ficamos mais desanimadas ainda!
Vamos acordar Brasil!!! Somos 10 milhões de
mulheres com endometriose sofrendo com dores, infertilidade, depressão e com o
alto do custo no tratamento!!
Esperamos que o Governo atenda à nossa solicitação e passe a
nos fornecer o Allurene gratuitamente pelo SUS! É um direito que temos, pois
somos portadoras de uma doença crônica e sem cura!
O GAPENDI e o ENDOMETRIOSE ONLINE (facebook) não desistirão jamais de lutar pelos direitos da portadoras de Endometriose de todo o Brasil!
Vamos lutar por isto, meninas! Vamos nos unir e exigir que o Allurene entre para o programa de medicação de alto custo do SUS, assim como acontece com o Zoladex.
E vamos torcer para que esta medicação realmente cumpra o que promete, pois sabemos que ela não é a solução para todos os nossos problemas originados pela endometriose, mas se pelo menos nos ajudar a ficar sem dores, já está valendo!
Um dos nossos objetivos, ao criar o Gapendi, é o de tentar lutar por melhores condições de tratamento para as mulheres com Endometriose em nosso país. Infelizmente, apesar de termos 10 milhões de portadoras, parece não existir uma preocupação do nosso Governo com as dificuldades e sintomas que esta doença pode causar.
A endometriose pode prejudicar muito a qualidade de vida da mulher, impedindo-a de trabalhar, estudar, ser mãe, manter um relacionamento conjugal e também social. Pode ainda levar à depressão e à baixa auto-estima.
Para piorar a situação, o tratamento desta doença têm se tornado cada vez mais difícil, pois são cada vez mais altos os valores cobrados por medicações, cirurgias, consultas médicas, terapias alternativas e etc.
Para tentar mudar esta situação, mantemos no Facebook uma página chamada Endometriose Online, onde convidamos a todas as portadoras, parentes, médicos, amigos, simpatizantes da causa, a lutar conosco por melhores condições de diagnóstico e tratamento!
Acreditamos que a nossa união poderá modificar a realidade difícil pela qual passa a maior parte das portadoras de endometriose no Brasil, já que os hospitais que oferecem o tratamento gratuito para a doença, são poucos e sempre lotados.
Então, se você também apoia esta causa, junte-se a nós aqui no blog e também no Facebook. Ajude-nos a divulgar a Endometriose para que todos saibam a importância de se investir em melhores condições de tratamento para todas as portadoras em qualquer Estado do nosso país!
O GAPENDI e a Fun Page "Endometriose Online" (Facebook) agradecem à todos os amigos e amigas queridos por compartilharem suas lutas, conquistas, dificuldades e vitórias! Por fazerem o Dia do Amigo ser comemorado diariamente, transformando o nosso grupo num espaço para troca, apoio, informação, escuta e carinho!
Quem tem endometriose sabe como é difícil conviver com esta doença. Não somente pelas dores e, em alguns casos, a infertilidade, mas também pelo tratamento difícil e às vezes complicado de conseguir!
Então, para que todos possam entender melhor como vive uma portadora de endometriose, resolvemos parodiar uma conhecida música que está fazendo sucesso atualmente na novela "Cheias de Charme" da TV Globo, com as "empreguetes".
Hoje vamos publicar um artigo gentilmente cedido pela ginecologista especialista em endometriose e sexualidade humana, Dra. Flávia Fairbanks, falando sobre as dificuldades que as portadoras de endometriose desenvolvem na esfera sexual e que podem comprometer ainda mais a sua qualidade de vida, além de causar-lhes vários outros transtornos, como a depressão e a baixa autoestima.
Este é um assunto difícil de ser falado, mas sabemos que acontece (e muito) com as mulheres que sofrem com a endometriose. Além disto, muitas vezes, as dores nas relações sexuais também podem ser um sintoma importante da presença desta doença, especialmente em mulheres que nem imaginam que possam ser portadoras. Por isto, é muito importante sempre comentarmos nossas dificuldades no âmbito sexual com nossos médicos, sem medo ou receios.
Segue o artigo:
Interferência na vida sexual é um dos
maiores danos causados pela endometriose
Dadas as próprias características da doença, paciente pode
desenvolver dificuldades progressivas na esfera sexual, comprometendo seus
relacionamentos e sua autoestima
Constantes
dores pélvicas, irregularidades na menstruação e infertilidade são os sintomas
mais citados nos consultórios médicos por mulheres com endometriose, doença que
afeta cerca de 15% da população feminina em
idade reprodutiva.
Doença
de difícil confirmação diagnósticadevido à necessidade de uma intervenção cirúrgica para a
elucidação definitiva, a endometriose manifesta-se de diversas formas.
Dentre as possibilidades analisadas, acredita-se que a associação do refluxo
menstrual com a deficiência imunológica seja a principal causa da doença.
No
início, a paciente começa a ter cólicas menstruais muito fortes, o que deixa a
pelve sensível e dolorida, prejudicando as relações sexuais. “Como o quadro é
progressivo e as aderências entre os órgãos pélvicos vão se tornando cada vez
mais frequentes, as limitações quanto às posições, a dificuldade de obter
orgasmo e a própria libido, tendem a sofrer graves prejuízos”, afirma Dra.
Flávia Fairbanks, ginecologista especializada em sexualidade humana.
O
que mais preocupa é o fato de que, em muitos casos, mesmo após a cura cirúrgica
ou medicamentosa da doença, quando a paciente já não sente mais dor, o dano
sexual pode permanecer. “Não raramente nos deparamos com relacionamentos que
naufragam, mulheres deprimidas e ansiosas, com péssima qualidade de vida”, revela
Dra. Flávia.
Quando
o médico é especializado em questões que envolvam a sexualidade, cabe a ele
investigar minuciosamente essas questões com a paciente. “Caso o profissional
não se sinta apto a tocar nesses aspectos, o encaminhamento a um especialista
faz-se necessário para minimizar danos futuros e restaurar, na medida do
possível, a vida sexual que a mulher levava antes de adoecer”, finaliza a
profissional.
Dra. Flávia Fairbanks
graduada
pela Faculdade de Medicina da USP, realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia
no Hospital das Clínicas da FMUSP, foi médica preceptora da Ginecologia do
Hospital das Clínicas da FMUSP. É Pós-graduada em Ginecologia do Hospital
das Clínicas da FMUSP nos setores de Endometriose e Sexualidade Humana.
Falamos
na postagem anterior sobre as dificuldades e desafios no diagnóstico da
endometriose. Também concluímos que o diagnóstico pode passar por quatro
momentos distintos: o exame clínico, os exames laboratoriais, os exames de
imagem e a videolaparoscopia. Explicamos, ainda, que esta doença pode apresentar
diferentes tipos de lesões, em diversas localizações da pelve, podendo ser: superficiais;
na forma de endometriomas e também profundas ou infiltrativas.
As
lesões superficiais dificilmente são vistas pelos exames de imagem, sendo
apenas diagnosticadas através da cirurgia por videolaparoscopia. Já os
“endometriomas” e as lesões de endometriose profunda podem ser diagnosticados
com precisão através dos exames de imagem especializados, que seriam a Ultrassonografia
Transvaginal com PreparoIntestinal e a Ressonância Magnética da Pelve
com Protocolo de Endometriose.
Mas,
de que forma estes exames conseguem visualizar as lesões e como é feito o
diagnóstico? Quais são as informações importantes que devem constar nestes
exames? Como deve ser o preparo e em que momento devem ser realizados? São
exames confiáveis?
Ao
longo deste texto, tentaremos responder a estas perguntas, lembrando que editamos
dois
vídeos didáticos com nossa convidada, Dra. Luciana Chamié, onde
também é possível compreender sobre a importância do diagnóstico por imagem da
endometriose profunda.
Além disto, é importante
também que se possa ler a primeira parte desta postagem, intitulada “ODiagnóstico da Endometriose: 1ª. Parte”, a fim de que se possa
compreender melhor o assunto em questão.
I –
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
a)A importância no pré-operatório e
pós-operatório
Os exames de imagem
especializados são essenciais para diagnosticar não apenas as lesões ovarianas,
como os endometriomas, mas principalmente as lesões profundas ou infiltrativas
que são aquelas que caracterizam um tipo de endometriose avançada e que tem
sido cada vez mais frequente.
Como explicamos na postagem
anterior, as lesões profundas são aquelas que ultrapassam o peritônio por mais
de 5mm de profundidade. Isto quer dizer que são encontradas abaixo da camada do
peritônio e, portanto, nem sempre podem ser visualizadas através da
videolaparoscopia.
Para entender melhor esta
questão, podemos comparar as lesões de endometriose com um “Iceberg”, conforme
a figura abaixo.
A ponta do Iceberg representaria
a parte da lesão profunda que pode ser visualizada durante a videolaparoscopia,
pois se encontra acima do peritônio. Porém, esta mesma lesão pode se estender abaixo
do peritônio, sendo de difícil visualização, mesmo durante a cirurgia. Neste
caso, o melhor método para diagnosticá-la seria através de exames específicos
de imagem, que não somente conseguem detectar a presença de uma lesão
sub-peritoneal, mas também são capazes de descrevê-la, dimensiona-la, observar
as estruturas comprometidas e o grau da infiltração. Daí a importância do
diagnóstico por imagem da endometriose ser realizado antes da
Videolaparoscopia, pois com as informações obtidas, o cirurgião poderá, com
segurança, planejar como deverá abordar e tratar todas as lesões profundas da
paciente em um único procedimento cirúrgico.
É importante lembrar que os
exames de imagem são igualmente importantes no seguimento da paciente
pós-tratamento cirúrgico. De acordo com a Dra. Luciana Chamié, geralmente,
devem ser solicitados três ou até seis meses após o procedimento cirúrgico,
pois desta forma já é possível visualizar recidiva ou persistência de lesão,
bem como realizar um acompanhamento da recuperação da paciente.
b) A importância do examinador
Os
exames de imagem para diagnosticar a endometriose, geralmente, vêm acompanhados
do termo “especializados”, porque apesar de serem aparentemente
“convencionais”, só podem ser realizados por médicos radiologistas que se
especializaram no diagnóstico da endometriose.
O
médico que irá realizar este exame tem papel fundamental no laudo que irá
fornecer. Isto porque, como dissemos anteriormente, a endometriose é ainda uma
doença completamente desconhecida, inclusive entre a classe médica. Além disto,
é complexa, podendo se apresentar de diferentes formas, o que pode confundir os
radiologistas que não estão acostumados a diagnosticá-la.
Portanto,
antes de realizar o exame, deve-se ter certeza de que o radiologista está
capacitado e treinado para diagnosticar a endometriose, do contrário, pode
acontecer do exame vir com o resultado dentro dos padrões “normais”, sem
mencionar a endometriose, mesmo quando ela está presente.
II – OS TIPOS DE LESÕES DIAGNOSTICADAS ATRAVÉS DOS EXAMES DE IMAGEM
Como vimos na postagem
anterior, além do peritônio e dos ovários, a endometriose pode estar presente
em qualquer parte da pelve feminina, entretanto, de acordo com a Dra. Luciana
Chamié, na Endometriose Profunda, vários órgãos e regiões podem ser afetados,
como mostra a figura abaixo:
Regiões acometidas pela Endometriose Profunda
A seguir descreveremos os
espaços e órgãos em que se pode observar, principalmente, a presença da
Endometriose Profunda e que podem ser visualizados e diagnosticados através dos
exames de imagem:
1º
- Espaço Vésico-Uterino:É uma região que fica entre a parede anterior do útero
e a parede posterior da bexiga. As lesões nesta região podem aparecer,
principalmente, na cúpula da bexiga e nos ligamentos redondos que sustentam a
porção anterior do útero.
2º - Região Retrocervical: De acordo com a Dra. Luciana Chamié, esta é a região mais atingida pela Endometriose Profunda. Ela está localizada atrás do Colo ou Cérvix Uterino e engloba o tórus uterino, os ligamentos útero-sacros (de sustentação do útero), região retrocervical inferior, parede posterior do útero, o fundo da vagina, o fundo de saco posterior e ao longo de toda parede anterior do retossigmóide.
3º - Vagina: A Endometriose pode causar áreas de espessamento na parede posterior da cúpula vaginal, ou aparecer na forma de nódulos ou pequenos cistos, podendo causar fortes dores nas relações sexuais.
4º - Intestino:A
Endometriose pode estar presente com frequência na região retossigmóide que
compreende a parede do Reto e do Cólon Sigmóide. Às vezes, como sugere a Dra.
Luciana Chamié, também pode se apresentar em outras partes do intestino, como o
apêndice, o íleo terminal e o ceco. Neste caso, é importante lembrar que,
diferente de outras patologias do intestino, a endometriose atinge as camadas
intestinais de fora para dentro, isto é, raramente atinge a mucosa (camada mais
interna). Por isto, alguns exames como a Colonoscopia (que “olha” o intestino
por dentro) não consegue visualizar estas lesões.
5º -
Ureteres: Conforme explica a Dra. Luciana Chamié, as lesões nos ureteres são
originadas a partir das lesões localizadas em outros órgãos, como nos
ligamentos útero-sacros, ligamentos largos ou ovários. Estas lesões podem
comprimir extrinsecamente (por fora) o ureter, ocasionando formações nodulares
em um ou ambos os ureteres.
O
laudo de um exame de imagem especializado mostra não somente estas regiões
aonde podem ser encontradas as lesões, mas também descreve:
* O
tamanho das lesões (suas dimensões);
* As
estruturas que estão sendo comprometidas;
* O
grau de infiltração, isto é, o quanto a lesão está invadindo o órgão ou região
acometida;
* A
distância da lesão intestinal em relação à borda anal (importante informação
para o planejamento cirúrgico). III – CONHECENDO SOBRE OS PRINCIPAIS EXAMES DE IMAGEM
1. ULTRASSONOGRAFIA
TRANSVAGINAL COM PREPARO INTESTINAL
A
ultrassonografia transvaginal é realizada com um aparelho, chamado transdutor,
inserido através da vagina, e que utiliza ondas sonoras para visualizar a
imagem dos órgãos e estruturas pélvicas. É usualmente indicado nos consultórios
ginecológicos, sendo considerado um exame de rotina.
Porém,
muitas mulheres que tem endometriose, afirmam ter realizado diversas vezes este
exame, sem nunca ter obtido um laudo que confirmasse a doença.
Isto
acontece porque no exame de ultrassonografia
convencional é possível visualizar claramente órgãos e estruturas que são
sólidas e uniformes tais como útero, ovários, trompas; além dos órgãos que são
cheios de fluidos, como a bexiga, por exemplo. Entretanto, os órgãos que contem
gases e resíduos, como os intestinos, não são tão bem captados neste modo “convencional”,
deixando muitas dúvidas, ao examinador, sobre possíveis alterações, incluindo
lesões de endometriose presentes na parede intestinal.
Por este motivo, descobriu-se que se a paciente realizasse um prévio preparo intestinal, as alterações e lesões ficariam mais evidentes, especialmente no retossigmóide, que como vimos é uma das localizações mais frequentemente acometidas pela endometriose intestinal.
O
preparo intestinal na realização deste exame, também se tornou importante,
inclusive para a visualização das lesões de endometriose em outras regiões,
pois muitas vezes os gases intestinais causam “zonas de penumbra” que
atrapalham, inclusive, a visualização dos ovários e outras regiões que podem
estar comprometidas. Portanto, o preparo intestinal é de extrema importância
para este exame. Nas figuras abaixo é possível entender melhor esta questão:
De
acordo com a Dra. Luciana Chamié, nas imagens sem preparo intestinal é até
possível visualizar a lesão, embora a imagem não seja tão nítida quanto no
exame com preparo. Neste caso, o médico consegue não apenas visualizar as lesões,
mas também definir onde começam e onde terminam, descrevendo claramente as
estruturas que estão comprometidas.
Vamos,
agora, entender um pouco melhor como é feito este exame e o preparo intestinal:
a) Como é realizado a
Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal?
Como
nos explica a Dra. Luciana Chamié, este exame pode demorar, em média, entre 20
a 30 minutos. O exame é feito pela via transvaginal, mas deve ser complementado
pela via transabdominal (por cima da barriga). Além dos órgãos pélvicos, também
é examinado as vias urinárias e outras regiões, de acordo com o pedido do
médico. Em alguns casos, o exame pode ser desconfortável, especialmente, porque
é necessário realizar determinados movimentos com o transdutor, a fim de se
conseguir a melhor imagem possível. O exame pode ser realizado em qualquer
momento do ciclo menstrual, porém como alerta a Dra. Luciana, é melhor que se
evite fazê-lo durante a menstruação, já que se trata de um período onde as
pacientes sentem muitas dores, e fazer o exame nestas condições, pode ser muito
desconfortável. É importante lembrar que pacientes virgens não podem realizar
este exame, somente a pesquisa por via transabdominal. A seguir aprenderemos
informações a respeito do preparo intestinal.
b) Como é feito o preparo
intestinal?
O
preparo é realizado na véspera e no dia do exame. É bastante simples e fácil de
ser realizado. As instruções detalhadas, geralmente, são fornecidas pela
clínica aonde se realizará o exame. Para que se tenha uma ideia de como se deve
realiza-lo, transcrevemos abaixo o preparo proposto pela Clínica “Chamié Imagem
da Mulher”:
Como
deu para perceber, o preparo intestinal é de suma importância na realização
deste exame, entretanto se acontecer de chegar no dia e for constatado que o
preparo não foi satisfatório, há a possibilidade de se realizar a aplicação do
Phosfoenema antes do procedimento, para que o reto esteja limpo e facilite o
exame. c) O que pode ser
visualizado neste exame?
A
ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal visualiza principalmente
aquelas lesões de Endometriose Profunda, que se encontram abaixo do peritônio.
Consegue identificar com precisão, por exemplo, uma lesão na parede intestinal,
descrevendo sua dimensão e as camadas do intestino que está comprometendo. É
possível também saber a distância da “borda anal” em que se encontra esta
lesão, o que é uma importante informação ao médico cirurgião. Além disto, nesta
ultrassonografia é possível visualizar focos ovarianos, como os endometriomas,
e também os focos na região retrocervical (atrás do útero). O examinador
consegue ainda identificar a presença de aderências pélvicas, pois como se
trata de um exame dinâmico, é possível ao médico tentar fazer deslizar, por
exemplo, os ovários, identificando se estão livres ou fixos, sugerindo ou não a
presença de aderências pélvicas. d) Quais são as limitações
para este exame?
De
acordo com a dra. Luciana Chamié, as principais limitações deste exame estão
relacionadas com o campo de visão restrito, especialmente quando existem lesões
localizadas fora da pelve. Além disto, alguns casos específicos, como pacientes
que apresentam vários miomas uterinos, ovários aumentados de volume pela
presença de endometriomas, processos aderenciais muito intensos também podem
dificultar a visualização das imagens. 2.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DA PELVE COM PROTOCOLO DE ENDOMETRIOSE
A Ressonância Magnética é um
exame que obtém imagens dos órgãos, em alta definição, através da utilização do
campo magnético. Ela é capaz de captar as imagens em qualquer plano: axial
(horizontal), sagital (quando é possível observar as imagens do corpo de forma
simétrica do lado direito e esquerdo) ou coronal (divide o corpo em partes
anterior e posterior) sem a necessidade de movimentação da paciente, como
acontece, por exemplo, em um exame de Raio-X. Este
exame têm se mostrado bastante útil nas visualizações de determinadas lesões de
endometriose, especialmente as ovarianas. Também é utilizado para visualizar
lesões vaginais, avaliar o útero, e também lesões que possam estar presentes
nos ureteres. Entretanto, em se tratando do diagnóstico da endometriose, é
preciso seguir algumas recomendações, ou um protocolo, que facilita a obtenção e principalmente a
interpretação das imagens pelo examinador. A
seguir veremos algumas dúvidas mais frequentes a respeito deste exame: a) Como é feito o exame e quanto
tempo demora?
Na
Ressonância Magnética a paciente deve permanecer deitada, imóvel durante todo o
tempo do exame. Como explica a dra. Luciana Chamié, o exame pode levar de 20 a
25 minutos para ser realizado. O exame não causa dores, mas pode ser desconfortável,
uma vez que a paciente deve permanecer imóvel durante todo o procedimento. Da
mesma forma como acontece na Ultrassonografia Transvaginal com Preparo
Intestinal, não existe um período específico do ciclo menstrual para a
realização deste exame. Até porque as lesões de endometriose são crônicas e
visíveis em qualquer período do ciclo. Entretanto, como mencionamos
anteriormente, é aconselhável evitar o período menstrual, por ser naturalmente
mais sensível em relação às dores e cólicas. Vale lembrar, ainda, que este é um
exame que pode ser feito sem problemas por pacientes virgens. b) Do que se trata o
“protocolo de endometriose” para este exame?
Como
vimos, na Ressonância Magnética para pesquisa de endometriose, deve-se seguir
um “protocolo” de procedimentos que consiste em realizar um prévio preparo
intestinal (o mesmo feito na ultrassonografia) e o uso do gel vaginal, que é
colocado minutos antes do exame. Pode-se também utilizar o contraste,
entretanto, de acordo com pesquisas, ele não é crucial para visualizar as
lesões de endometriose, sendo utilizado, apenas, para diagnosticar outras
possíveis patologias.
A
recomendação para o preparo intestinal segue os mesmo motivos já comentados
para a realização da ultrassonografia, ou seja, quando o intestino não está
limpo, os gases e conteúdos fecais, podem atrapalhar a visualização das
imagens. Além disto, o movimento intestinal também pode atrapalhar na captação
das imagens da ressonância.
Já a
utilização do gel vaginal, como explica a dra. Luciana Chamié, serve para
facilitar a visualização da vagina, bem como as lesões de endometriose que
podem estar presentes neste órgão.
É
importante falar que o “protocolo de endometriose” pode ser diferente de acordo
com a clínica aonde será realizada a Ressonância. Por exemplo, alguns serviços
utilizam também o gel para distenção do reto, mas não é uma regra. Cada
examinador tem uma maneira de trabalhar e a paciente deve seguir as
recomendações que lhe forem prescritas, entretanto deve certificar-se, junto à
clínica, que o médico radiologista, responsável pela realização do exame, tenha
experiência e treinamento específico no diagnóstico por imagem da endometriose. c) Quais são as limitações
para este exame?
Assim
como a ultrassonografia, a Ressonância Magnética também apresenta algumas
limitações. Como nos explica a dra. Luciana Chamié, a presença de miomas e
cistos ovarianos muito volumosos podem atrapalhar na visualização das imagens
obtidas. Entretanto, a pior limitação da Ressonância Magnética, está ligada aos
movimentos intestinais, pois se trata de um método extremamente sensível a
estes movimentos, que podem atrapalhar na obtenção das imagens. Por este motivo
é que se utiliza o “Buscopan” por via intravenosa durante o exame, com o
objetivo de diminuir o movimento das alças intestinais.
IV
– CONCLUSÃO
Tendo
em vista tudo que foi falado nestes dois textos sobre o Diagnóstico da
Endometriose, ficou claro como é importante que se façam os exames específicos
para diagnosticar, especialmente a Endometriose Profunda.
Atualmente,
a Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal e a Ressonância
Magnética da Pelve com Protocolo de Endometriose são os dois melhores exames de
imagem para avaliação e diagnóstico da Endometriose. Ambos possuem uma acurácia
(margem de confiabilidade) muito alta, podendo chegar a 90-95% de acerto. E são
extremamente importantes de serem realizados especialmente antes da
videolaparoscopia.
Geralmente,
recomenda-se que a pesquisa de Endometriose se inicie pela Ultrassonografia e
depois seja complementada pela Ressonância Magnética. Entretanto, se for para
escolher um destes dois exames, como sugere a dra. Luciana Chamié, não importa
qual será feito, desde que seja realizado por um especialista em Endometriose,
do contrário, pode-se não ter o resultado desejado e correto no laudo.
Texto escrito por Luciana T. Golegã Diamante
Para
entender mais sobre o Diagnóstico da Endometriose, vejam os dois vídeos que o
GAPENDI realizou com a Dra. Luciana Chamié, e leiam as duas postagens feitas
sobre o assunto.
1º Vídeo:
*CLIQUE AQUI e leia também o texto da 1a. Parte sobre o "Diagnóstico da Endometriose"
O
GAPENDI mantem uma parceria com a Clínica Chamié
Imagem da Mulher para a realização da Ultrassonografia Transvaginal com
Preparo Intestinal, oferecendo um desconto no valor deste exame. As
interessadas em realizar este exame nesta clínica, devem ser seguidoras do nosso blog e enviar um e-mail para gapendi@hotmail.com
para receber as instruções de como será concedido o desconto.
3. Todas as imagens da pelve feminina deste texto foram gentilmente cedidas pela Dra. Luciana Chamié e não podem ser copiadas ou reproduzidas sem a devida autorização. As demais imagens foram retiradas do Google Imagens.