sexta-feira, 20 de julho de 2012

FELIZ DIA DO AMIGO!

O GAPENDI e a Fun Page "Endometriose Online" (Facebook) agradecem à todos os amigos e amigas queridos por compartilharem suas lutas, conquistas, dificuldades e vitórias! Por fazerem o Dia do Amigo ser comemorado diariamente, transformando o nosso grupo num espaço para troca, apoio, informação, escuta e carinho!


FELIZ DIA DO AMIGO A TODOS VOCÊS!




terça-feira, 17 de julho de 2012

VIDA DE "ENDOGUETES"!

Olá, seguidoras e seguidores!

Quem tem endometriose sabe como é difícil conviver com esta doença. Não somente pelas dores e, em alguns casos, a infertilidade, mas também pelo tratamento difícil e às vezes complicado de conseguir!

Então, para que todos possam entender melhor como vive uma portadora de endometriose, resolvemos parodiar uma conhecida música que está fazendo sucesso atualmente na novela "Cheias de Charme" da TV Globo, com as "empreguetes".

Confiram, então, como é a Vida de uma Endoguete:


Letra: Marília Gabriela Rodrigues

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A ENDOMETRIOSE E A SEXUALIDADE



Olá, leitoras e leitores do nosso blog!

Hoje vamos publicar um artigo gentilmente cedido pela ginecologista especialista em endometriose e sexualidade humana, Dra. Flávia Fairbanks, falando sobre as dificuldades que as portadoras de endometriose desenvolvem na esfera sexual e que podem comprometer ainda mais a sua qualidade de vida, além de causar-lhes vários outros transtornos, como a depressão e a baixa autoestima.

Este é um assunto difícil de ser falado, mas sabemos que acontece (e muito) com as mulheres que sofrem com a endometriose. Além disto, muitas vezes, as dores nas relações sexuais também podem ser um sintoma importante da presença desta doença, especialmente em mulheres que nem imaginam que possam ser portadoras. Por isto, é muito importante sempre comentarmos nossas dificuldades no âmbito sexual com nossos médicos, sem medo ou receios. 

Segue o artigo:


Interferência na vida sexual é um dos maiores danos causados pela endometriose


Dadas as próprias características da doença, paciente pode desenvolver dificuldades progressivas na esfera sexual, comprometendo seus relacionamentos e sua autoestima


Constantes dores pélvicas, irregularidades na menstruação e infertilidade são os sintomas mais citados nos consultórios médicos por mulheres com endometriose, doença que afeta cerca de 15% da população feminina em idade reprodutiva.

Doença de difícil confirmação diagnóstica devido à necessidade de uma intervenção cirúrgica para a elucidação definitiva, a endometriose manifesta-se de diversas formas. Dentre as possibilidades analisadas, acredita-se que a associação do refluxo menstrual com a deficiência imunológica seja a principal causa da doença.

No início, a paciente começa a ter cólicas menstruais muito fortes, o que deixa a pelve sensível e dolorida, prejudicando as relações sexuais. “Como o quadro é progressivo e as aderências entre os órgãos pélvicos vão se tornando cada vez mais frequentes, as limitações quanto às posições, a dificuldade de obter orgasmo e a própria libido, tendem a sofrer graves prejuízos”, afirma Dra. Flávia Fairbanks, ginecologista especializada em sexualidade humana.

O que mais preocupa é o fato de que, em muitos casos, mesmo após a cura cirúrgica ou medicamentosa da doença, quando a paciente já não sente mais dor, o dano sexual pode permanecer. “Não raramente nos deparamos com relacionamentos que naufragam, mulheres deprimidas e ansiosas, com péssima qualidade de vida”, revela Dra. Flávia.

Quando o médico é especializado em questões que envolvam a sexualidade, cabe a ele investigar minuciosamente essas questões com a paciente. “Caso o profissional não se sinta apto a tocar nesses aspectos, o encaminhamento a um especialista faz-se necessário para minimizar danos futuros e restaurar, na medida do possível, a vida sexual que a mulher levava antes de adoecer”, finaliza a profissional.

Dra. Flávia Fairbanks
graduada pela Faculdade de Medicina da USP, realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da FMUSP, foi médica preceptora da Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. É Pós-graduada em Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP nos setores de Endometriose e Sexualidade Humana.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE: 2a. PARTE


Falamos na postagem anterior sobre as dificuldades e desafios no diagnóstico da endometriose. Também concluímos que o diagnóstico pode passar por quatro momentos distintos: o exame clínico, os exames laboratoriais, os exames de imagem e a videolaparoscopia. Explicamos, ainda, que esta doença pode apresentar diferentes tipos de lesões, em diversas localizações da pelve, podendo ser: superficiais; na forma de endometriomas e também profundas ou infiltrativas.

As lesões superficiais dificilmente são vistas pelos exames de imagem, sendo apenas diagnosticadas através da cirurgia por videolaparoscopia. Já os “endometriomas” e as lesões de endometriose profunda podem ser diagnosticados com precisão através dos exames de imagem especializados, que seriam a Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal e a Ressonância Magnética da Pelve com Protocolo de Endometriose.

Mas, de que forma estes exames conseguem visualizar as lesões e como é feito o diagnóstico? Quais são as informações importantes que devem constar nestes exames? Como deve ser o preparo e em que momento devem ser realizados? São exames confiáveis?

Ao longo deste texto, tentaremos responder a estas perguntas, lembrando que editamos dois vídeos didáticos com nossa convidada, Dra. Luciana Chamié, onde também é possível compreender sobre a importância do diagnóstico por imagem da endometriose profunda.

Além disto, é importante também que se possa ler a primeira parte desta postagem, intitulada ODiagnóstico da Endometriose: 1ª. Parte, a fim de que se possa compreender melhor o assunto em questão.


I – A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

a) A importância no pré-operatório e pós-operatório

Os exames de imagem especializados são essenciais para diagnosticar não apenas as lesões ovarianas, como os endometriomas, mas principalmente as lesões profundas ou infiltrativas que são aquelas que caracterizam um tipo de endometriose avançada e que tem sido cada vez mais frequente.

Como explicamos na postagem anterior, as lesões profundas são aquelas que ultrapassam o peritônio por mais de 5mm de profundidade. Isto quer dizer que são encontradas abaixo da camada do peritônio e, portanto, nem sempre podem ser visualizadas através da videolaparoscopia.

Para entender melhor esta questão, podemos comparar as lesões de endometriose com um “Iceberg”, conforme a figura abaixo.



A ponta do Iceberg representaria a parte da lesão profunda que pode ser visualizada durante a videolaparoscopia, pois se encontra acima do peritônio. Porém, esta mesma lesão pode se estender abaixo do peritônio, sendo de difícil visualização, mesmo durante a cirurgia. Neste caso, o melhor método para diagnosticá-la seria através de exames específicos de imagem, que não somente conseguem detectar a presença de uma lesão sub-peritoneal, mas também são capazes de descrevê-la, dimensiona-la, observar as estruturas comprometidas e o grau da infiltração. Daí a importância do diagnóstico por imagem da endometriose ser realizado antes da Videolaparoscopia, pois com as informações obtidas, o cirurgião poderá, com segurança, planejar como deverá abordar e tratar todas as lesões profundas da paciente em um único procedimento cirúrgico.

É importante lembrar que os exames de imagem são igualmente importantes no seguimento da paciente pós-tratamento cirúrgico. De acordo com a Dra. Luciana Chamié, geralmente, devem ser solicitados três ou até seis meses após o procedimento cirúrgico, pois desta forma já é possível visualizar recidiva ou persistência de lesão, bem como realizar um acompanhamento da recuperação da paciente.

b) A importância do examinador

Os exames de imagem para diagnosticar a endometriose, geralmente, vêm acompanhados do termo “especializados”, porque apesar de serem aparentemente “convencionais”, só podem ser realizados por médicos radiologistas que se especializaram no diagnóstico da endometriose.

O médico que irá realizar este exame tem papel fundamental no laudo que irá fornecer. Isto porque, como dissemos anteriormente, a endometriose é ainda uma doença completamente desconhecida, inclusive entre a classe médica. Além disto, é complexa, podendo se apresentar de diferentes formas, o que pode confundir os radiologistas que não estão acostumados a diagnosticá-la.

Portanto, antes de realizar o exame, deve-se ter certeza de que o radiologista está capacitado e treinado para diagnosticar a endometriose, do contrário, pode acontecer do exame vir com o resultado dentro dos padrões “normais”, sem mencionar a endometriose, mesmo quando ela está presente.

II – OS TIPOS DE LESÕES DIAGNOSTICADAS ATRAVÉS DOS EXAMES DE IMAGEM

Como vimos na postagem anterior, além do peritônio e dos ovários, a endometriose pode estar presente em qualquer parte da pelve feminina, entretanto, de acordo com a Dra. Luciana Chamié, na Endometriose Profunda, vários órgãos e regiões podem ser afetados, como mostra a figura abaixo:

Regiões acometidas pela Endometriose Profunda
A seguir descreveremos os espaços e órgãos em que se pode observar, principalmente, a presença da Endometriose Profunda e que podem ser visualizados e diagnosticados através dos exames de imagem:

1º - Espaço Vésico-Uterino: É uma região que fica entre a parede anterior do útero e a parede posterior da bexiga. As lesões nesta região podem aparecer, principalmente, na cúpula da bexiga e nos ligamentos redondos que sustentam a porção anterior do útero.


2º - Região Retrocervical: De acordo com a Dra. Luciana Chamié, esta é a região mais atingida pela Endometriose Profunda. Ela está localizada atrás do Colo ou Cérvix Uterino e engloba o tórus uterino, os ligamentos útero-sacros (de sustentação do útero), região retrocervical inferior, parede posterior do útero, o fundo da vagina, o fundo de saco posterior e ao longo de toda parede anterior do retossigmóide.



3º - Vagina: A Endometriose pode causar áreas de espessamento na parede posterior da cúpula vaginal, ou aparecer na forma de nódulos ou pequenos cistos, podendo causar fortes dores nas relações sexuais.


4º - Intestino: A Endometriose pode estar presente com frequência na região retossigmóide que compreende a parede do Reto e do Cólon Sigmóide. Às vezes, como sugere a Dra. Luciana Chamié, também pode se apresentar em outras partes do intestino, como o apêndice, o íleo terminal e o ceco. Neste caso, é importante lembrar que, diferente de outras patologias do intestino, a endometriose atinge as camadas intestinais de fora para dentro, isto é, raramente atinge a mucosa (camada mais interna). Por isto, alguns exames como a Colonoscopia (que “olha” o intestino por dentro) não consegue visualizar estas lesões.


5º - Ureteres: Conforme explica a Dra. Luciana Chamié, as lesões nos ureteres são originadas a partir das lesões localizadas em outros órgãos, como nos ligamentos útero-sacros, ligamentos largos ou ovários. Estas lesões podem comprimir extrinsecamente (por fora) o ureter, ocasionando formações nodulares em um ou ambos os ureteres.

O laudo de um exame de imagem especializado mostra não somente estas regiões aonde podem ser encontradas as lesões, mas também descreve:

O tamanho das lesões (suas dimensões);
* As estruturas que estão sendo comprometidas;
O grau de infiltração, isto é, o quanto a lesão está invadindo o órgão ou região acometida;
A distância da lesão intestinal em relação à borda anal (importante informação para o planejamento cirúrgico).

III – CONHECENDO SOBRE OS PRINCIPAIS EXAMES DE IMAGEM

1. ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL COM PREPARO INTESTINAL


A ultrassonografia transvaginal é realizada com um aparelho, chamado transdutor, inserido através da vagina, e que utiliza ondas sonoras para visualizar a imagem dos órgãos e estruturas pélvicas. É usualmente indicado nos consultórios ginecológicos, sendo considerado um exame de rotina.

Porém, muitas mulheres que tem endometriose, afirmam ter realizado diversas vezes este exame, sem nunca ter obtido um laudo que confirmasse a doença.

Isto acontece porque no exame de ultrassonografia convencional é possível visualizar claramente órgãos e estruturas que são sólidas e uniformes tais como útero, ovários, trompas; além dos órgãos que são cheios de fluidos, como a bexiga, por exemplo. Entretanto, os órgãos que contem gases e resíduos, como os intestinos, não são tão bem captados neste modo “convencional”, deixando muitas dúvidas, ao examinador, sobre possíveis alterações, incluindo lesões de endometriose presentes na parede intestinal.

Por este motivo, descobriu-se que se a paciente realizasse um prévio preparo intestinal, as alterações e lesões ficariam mais evidentes, especialmente no retossigmóide, que como vimos é uma das localizações mais frequentemente acometidas pela endometriose intestinal.

O preparo intestinal na realização deste exame, também se tornou importante, inclusive para a visualização das lesões de endometriose em outras regiões, pois muitas vezes os gases intestinais causam “zonas de penumbra” que atrapalham, inclusive, a visualização dos ovários e outras regiões que podem estar comprometidas. Portanto, o preparo intestinal é de extrema importância para este exame. Nas figuras abaixo é possível entender melhor esta questão:


De acordo com a Dra. Luciana Chamié, nas imagens sem preparo intestinal é até possível visualizar a lesão, embora a imagem não seja tão nítida quanto no exame com preparo. Neste caso, o médico consegue não apenas visualizar as lesões, mas também definir onde começam e onde terminam, descrevendo claramente as estruturas que estão comprometidas.
Vamos, agora, entender um pouco melhor como é feito este exame e o preparo intestinal:

a) Como é realizado a Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal?

Como nos explica a Dra. Luciana Chamié, este exame pode demorar, em média, entre 20 a 30 minutos. O exame é feito pela via transvaginal, mas deve ser complementado pela via transabdominal (por cima da barriga). Além dos órgãos pélvicos, também é examinado as vias urinárias e outras regiões, de acordo com o pedido do médico. Em alguns casos, o exame pode ser desconfortável, especialmente, porque é necessário realizar determinados movimentos com o transdutor, a fim de se conseguir a melhor imagem possível. O exame pode ser realizado em qualquer momento do ciclo menstrual, porém como alerta a Dra. Luciana, é melhor que se evite fazê-lo durante a menstruação, já que se trata de um período onde as pacientes sentem muitas dores, e fazer o exame nestas condições, pode ser muito desconfortável. É importante lembrar que pacientes virgens não podem realizar este exame, somente a pesquisa por via transabdominal. A seguir aprenderemos informações a respeito do preparo intestinal.

b) Como é feito o preparo intestinal?

O preparo é realizado na véspera e no dia do exame. É bastante simples e fácil de ser realizado. As instruções detalhadas, geralmente, são fornecidas pela clínica aonde se realizará o exame. Para que se tenha uma ideia de como se deve realiza-lo, transcrevemos abaixo o preparo proposto pela Clínica “Chamié Imagem da Mulher”:


Como deu para perceber, o preparo intestinal é de suma importância na realização deste exame, entretanto se acontecer de chegar no dia e for constatado que o preparo não foi satisfatório, há a possibilidade de se realizar a aplicação do Phosfoenema antes do procedimento, para que o reto esteja limpo e facilite o exame.

c) O que pode ser visualizado neste exame?

A ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal visualiza principalmente aquelas lesões de Endometriose Profunda, que se encontram abaixo do peritônio. Consegue identificar com precisão, por exemplo, uma lesão na parede intestinal, descrevendo sua dimensão e as camadas do intestino que está comprometendo. É possível também saber a distância da “borda anal” em que se encontra esta lesão, o que é uma importante informação ao médico cirurgião. Além disto, nesta ultrassonografia é possível visualizar focos ovarianos, como os endometriomas, e também os focos na região retrocervical (atrás do útero). O examinador consegue ainda identificar a presença de aderências pélvicas, pois como se trata de um exame dinâmico, é possível ao médico tentar fazer deslizar, por exemplo, os ovários, identificando se estão livres ou fixos, sugerindo ou não a presença de aderências pélvicas.

d) Quais são as limitações para este exame?

De acordo com a dra. Luciana Chamié, as principais limitações deste exame estão relacionadas com o campo de visão restrito, especialmente quando existem lesões localizadas fora da pelve. Além disto, alguns casos específicos, como pacientes que apresentam vários miomas uterinos, ovários aumentados de volume pela presença de endometriomas, processos aderenciais muito intensos também podem dificultar a visualização das imagens.

2. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DA PELVE COM PROTOCOLO DE ENDOMETRIOSE


A Ressonância Magnética é um exame que obtém imagens dos órgãos, em alta definição, através da utilização do campo magnético. Ela é capaz de captar as imagens em qualquer plano: axial (horizontal), sagital (quando é possível observar as imagens do corpo de forma simétrica do lado direito e esquerdo) ou coronal (divide o corpo em partes anterior e posterior) sem a necessidade de movimentação da paciente, como acontece, por exemplo, em um exame de Raio-X.

Este exame têm se mostrado bastante útil nas visualizações de determinadas lesões de endometriose, especialmente as ovarianas. Também é utilizado para visualizar lesões vaginais, avaliar o útero, e também lesões que possam estar presentes nos ureteres. Entretanto, em se tratando do diagnóstico da endometriose, é preciso seguir algumas recomendações, ou um protocolo, que facilita a obtenção e principalmente a interpretação das imagens pelo examinador.

A seguir veremos algumas dúvidas mais frequentes a respeito deste exame:

a) Como é feito o exame e quanto tempo demora?

Na Ressonância Magnética a paciente deve permanecer deitada, imóvel durante todo o tempo do exame. Como explica a dra. Luciana Chamié, o exame pode levar de 20 a 25 minutos para ser realizado. O exame não causa dores, mas pode ser desconfortável, uma vez que a paciente deve permanecer imóvel durante todo o procedimento. Da mesma forma como acontece na Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal, não existe um período específico do ciclo menstrual para a realização deste exame. Até porque as lesões de endometriose são crônicas e visíveis em qualquer período do ciclo. Entretanto, como mencionamos anteriormente, é aconselhável evitar o período menstrual, por ser naturalmente mais sensível em relação às dores e cólicas. Vale lembrar, ainda, que este é um exame que pode ser feito sem problemas por pacientes virgens.

b) Do que se trata o “protocolo de endometriose” para este exame?

Como vimos, na Ressonância Magnética para pesquisa de endometriose, deve-se seguir um “protocolo” de procedimentos que consiste em realizar um prévio preparo intestinal (o mesmo feito na ultrassonografia) e o uso do gel vaginal, que é colocado minutos antes do exame. Pode-se também utilizar o contraste, entretanto, de acordo com pesquisas, ele não é crucial para visualizar as lesões de endometriose, sendo utilizado, apenas, para diagnosticar outras possíveis patologias.

A recomendação para o preparo intestinal segue os mesmo motivos já comentados para a realização da ultrassonografia, ou seja, quando o intestino não está limpo, os gases e conteúdos fecais, podem atrapalhar a visualização das imagens. Além disto, o movimento intestinal também pode atrapalhar na captação das imagens da ressonância.

Já a utilização do gel vaginal, como explica a dra. Luciana Chamié, serve para facilitar a visualização da vagina, bem como as lesões de endometriose que podem estar presentes neste órgão.

É importante falar que o “protocolo de endometriose” pode ser diferente de acordo com a clínica aonde será realizada a Ressonância. Por exemplo, alguns serviços utilizam também o gel para distenção do reto, mas não é uma regra. Cada examinador tem uma maneira de trabalhar e a paciente deve seguir as recomendações que lhe forem prescritas, entretanto deve certificar-se, junto à clínica, que o médico radiologista, responsável pela realização do exame, tenha experiência e treinamento específico no diagnóstico por imagem da endometriose.

c) Quais são as limitações para este exame?

Assim como a ultrassonografia, a Ressonância Magnética também apresenta algumas limitações. Como nos explica a dra. Luciana Chamié, a presença de miomas e cistos ovarianos muito volumosos podem atrapalhar na visualização das imagens obtidas. Entretanto, a pior limitação da Ressonância Magnética, está ligada aos movimentos intestinais, pois se trata de um método extremamente sensível a estes movimentos, que podem atrapalhar na obtenção das imagens. Por este motivo é que se utiliza o “Buscopan” por via intravenosa durante o exame, com o objetivo de diminuir o movimento das alças intestinais.

IV – CONCLUSÃO

Tendo em vista tudo que foi falado nestes dois textos sobre o Diagnóstico da Endometriose, ficou claro como é importante que se façam os exames específicos para diagnosticar, especialmente a Endometriose Profunda.

Atualmente, a Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal e a Ressonância Magnética da Pelve com Protocolo de Endometriose são os dois melhores exames de imagem para avaliação e diagnóstico da Endometriose. Ambos possuem uma acurácia (margem de confiabilidade) muito alta, podendo chegar a 90-95% de acerto. E são extremamente importantes de serem realizados especialmente antes da videolaparoscopia.

Geralmente, recomenda-se que a pesquisa de Endometriose se inicie pela Ultrassonografia e depois seja complementada pela Ressonância Magnética. Entretanto, se for para escolher um destes dois exames, como sugere a dra. Luciana Chamié, não importa qual será feito, desde que seja realizado por um especialista em Endometriose, do contrário, pode-se não ter o resultado desejado e correto no laudo.

Texto escrito por Luciana T. Golegã Diamante

Para entender mais sobre o Diagnóstico da Endometriose, vejam os dois vídeos que o GAPENDI realizou com a Dra. Luciana Chamié, e leiam as duas postagens feitas sobre o assunto.

1º Vídeo:

*CLIQUE AQUI e leia também o texto da 1a. Parte sobre o "Diagnóstico da Endometriose"

O GAPENDI mantem uma parceria com a Clínica Chamié Imagem da Mulher para a realização da Ultrassonografia Transvaginal com Preparo Intestinal, oferecendo um desconto no valor deste exame. As interessadas em realizar este exame nesta clínica, devem ser seguidoras do nosso blog e enviar um e-mail para gapendi@hotmail.com para receber as instruções de como será concedido o desconto.

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Fontes:
1. Chamié, Luciana Pardini; Blasbalg, Roberto. Texto: ‘Endometriose Profunda”
2. Site: www.chamie.com.br
3. Todas as imagens da pelve feminina deste texto foram gentilmente cedidas pela Dra. Luciana Chamié e não podem ser copiadas ou reproduzidas sem a devida autorização. As demais imagens foram retiradas do Google Imagens.

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