quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"ENDOENCONTRO" ENTRE AS PORTADORAS DO GAPENDI!


Olá, pessoal!

É com muita felicidade que publicamos esta postagem! 

No último dia 27 de janeiro, na cidade de São Paulo, realizamos o nosso primeiro "Endoencontro do GAPENDI" deste ano!



Foi uma tarde maravilhosa, onde pudemos estreitar os laços de amizades criados nos nossos grupos do Facebook: "Gapendi - Grupo de Divulgação" e "Gapendi - Só para Portadoras".

Dessa vez escolhemos o restaurante Bracia Parrilla, localizado no Shopping Boulevard Tatuapé, onde pudemos saborear um maravilhoso almoço enquanto compartilhávamos nossas histórias e trocávamos experiências em relação a essa doença tão enigmática a qual fomos acometidas!




Cada vez que uma portadora chegava, era uma verdadeira festa! Afinal, nos conhecemos tanto, dividimos tantos momentos, temos tantas afinidades, trocamos diversas palavras de carinho, conforto e incentivo nessa nossa jornada com a doença, porém tudo através da tela do computador!
 
Algumas já se conheciam dos encontros anteriores realizados no Parque do Ibirapuera e na casa de chá “As Noviças”. Coube, então, às mais antigas acolherem as “estreantes” neste encontro!



Passamos uma tarde diferente, repleta de companheirismo, alergia e muita amizade!!

Nessa tarde, pudemos também, dividir um pouco com as portadoras presentes, os novos projetos do grupo GAPENDI em relação a Semana da Conscientização e Divulgação da Endometriose e Infertilidade que ocorre em todo mundo no mês de março. Logo iremos compartilhar com todos aqui no blog esses projetos também!

Finalizamos o nosso almoço com um delicioso bolo, chocolates e com a distribuição de um calendário (que foi criado por uma das nossas queridas amigas) e com a certeza de que teremos ainda muito mais encontros este ano!



Falando nisto, portadoras da Bahia, preparem-se, pois estamos programando um Endoencontro em Salvador! 

E para todas as outras portadoras: fiquem atentas ao blog e aos grupos para garantir sua participação nos próximos Endoencontros!

Vejam abaixo algumas fotos deste encontro e também o vídeo do "Endoencontro" do ano passado:





Vídeo do Endoencontro realizado em 01/09/2012, na casa de chá "As Noviças", em São Paulo-SP:



Até a próxima!!

Equipe Gapendi




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM DISPAREUNIA (DOR NA RELAÇÃO SEXUAL)?



Você sabe o que é Dispareunia? Sabia que é um dos sintomas da Endometriose? Será que você tem este sintoma?

O texto abaixo, do médico carioca Dr. Ricardo Szilard Galgoul, é bastante interessante e bem claro para explicar um pouco sobre este sintoma muito cruel que pode ser causado pela Endometriose, ou seja, a dor na relação sexual. Por este motivo, resolvemos publicá-lo em nosso blog, pois sabemos que muitas vezes este é um assunto que a maioria das portadoras sentem vergonha de comentar com seus parceiros e até mesmo com os médicos. Sem falar que é um sintoma chato, doloroso e que pode colocar em risco a vida conjugal. 

Então, meninas, leiam com atenção e informem-se. E lembre-se: se você apresenta dor na relação, fale abertamente com o seu parceiro e procure a ajuda do seu ginecologista o mais depressa possível!


"CINCO PERGUNTAS SOBRE DISPAREUNIA"

1) O que é?

Cientificamente definido como: “Dor que aparece nos órgãos genitais durante ou logo após as relações sexuais”, a dispareunia pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, sendo porém, muito mais comum nas mulheres (cerca de 5% da população feminina sexualmente ativa no Brasil, sente ou já sentiu dor durante a relação sexual). Trata-se de uma dor persistente ou recorrente (e não apenas de uma manifestação ocasional) que pode ser classificada, conforme a sua localização, em: superficial (quando a dor aparece na entrada da vagina, na abertura da uretra ou no clitóris) ou de profundidade (quando se trata de uma dor pélvica).

2) Quais são as causas?

Dentre as causas físicas da dispareunia, podemos destacar: infecções da vulva e da vagina (candidíase, tricomoníase, herpes genital); tumores genitais ou pélvicos; atrofia ou lubrificação insuficiente da mucosa vaginal (por deficiência dos hormônios estrogênicos); reações alérgicas na entrada ou nas mucosas da vagina (alergia a produtos espermicidas, ao látex de preservativos ou a lubrificantes vaginais inadequados); processos inflamatórios ou infecciosos na região pélvica (endometriose, doença inflamatória pélvica, síndrome do cólon irritável, aderências pós-cirurgicas na pélvis, congestão pélvica crônica, etc.); cistos ou infecções dos ovários; infecções urinárias; uretrites; cistites; doenças sexualmente transmissíveis; problemas na pele e nas mucosas da genitália (pós-cirúrgicos, pós-radioterapia e pós-parto); e as causas físicas mais difíceis, tais como: estreitamento de vagina; vagina curta demais em relação ao tamanho do pênis do parceiro; corpos estranhos na vagina e traumas na genitália.
A causa física mais comum da dispareunia, é justamente a dor que aparece nas primeiras relações sexuais pela natural ausência de adequação física do casal, e que, em 95% dos casos, desaparece após os primeiros coitos, originando parcial ou plena sensação de prazer ao casal. Os 5% restantes (casos de “hímen complacente” e outras doenças), são tratados pelo médico.

3) Como se caracteriza?

A característica essencial da dispareunia contudo, é a dor genital associada com o intercurso sexual, que pode variar em intensidade, desde um leve desconforto, até uma dor aguda, provocando muitas vezes, sofrimento e dificuldades de relacionamento do casal. As várias causas da dispareunia, levaram a Medicina a agrupá-las em duas grandes categorias: dores devidas às causas físicas ou devidas às causas psicológicas conforme a origem da dor.
Dentre as causas psicológicas (as mais frequentes na dispareunia), devemos destacar: abuso sexual; incesto; tensão e medo do ato sexual (principalmente devidos a uma educação excessivamente repressora e sem diálogo nas questões sexuais, experiências sexuais anteriores sem qualquer prazer ou mesmo traumatizantes e, principalmente, devidos à completa falta de conhecimento e diálogo acerca da sexualidade, por parte do casal); ansiedade e depressão (estes quadros em si, tendem a diminuir sensivelmente o libido (desejo sexual) da pessoa humana e geram situações frustrantes e por vezes, dolorosas, nas tentativas de repetição); estresse do cotidiano (também diminui o libido, dificulta o coito, tira todo o prazer da relação sexual e, quase sempre, gera incômodo e dor, nas frustrantes tentativas de fazer o sexo); dificuldades no relacionamento conjugal (a lubrificação da vagina ocorre na excitação da mulher; se antes ou durante a relação sexual houver motivos dela se sentir nervosa, tensa ou ansiosa, é claro que esta lubrificação não vai acontecer e em consequência, vai sentir dor no coito); medo de se engravidar ou situações de aversão ao parceiro (coitos, se tentados, serão dolorosos, pelos mesmos motivos já expostos); vaginismo devido a traumas psicológicos ligados ao sexo (vaginismo = espasmos involuntários da musculatura vaginal que interferem na penetração).

4) Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da dispareunia, devido a sua variedade, é baseado na análise dos sintomas. A metodologia mais eficiente para se alcançar o diagnóstico certo, é o procedimento do ginecologista que se baseia em três fontes de informações extremamente importantes para as suas conclusões:

(1) As respostas da paciente para as seguintes perguntas: Onde é a dor? Como e quando ela apareceu? Se houve ou não coitos sem dor?
(2) Exame físico da paciente;
(3) Exames laboratoriais (das secreções vaginais) e radiológicos (ultrassom e ecografia pélvica). A análise dos sintomas de causa psicológica, é feita por um sexólogo ou por psicoterapeuta.

5) Como se dá o tratamento?

O tratamento da dispareunia também vai variar muito conforme causas e sintomas da dor.
Para a dor de causa física: utilizar um lubrificante vaginal e/ou estimular um pouco mais o clitóris antes da relação, pode resolver bem o problema da secura vaginal; antifúngicos e/ou antibióticos para as infecções; hormonioterapia (principalmente estrogênios) na atrofia vaginal; anti-inflamatórios e/ou banhos de assento com água morna nas inflamações dolorosas; medicamentos específicos ou procedimentos cirúrgicos para o casos mais graves de endometriose e de tumores uterinos (principalmente em miomas) e nos casos do câncer genital.
Para a dor de causa psicológica (cujo tratamento é, normalmente, bem mais demorado que as dispareunias de causa física): é fundamental o estabelecimento de uma psicoterapia do tipo cognitivo-comportamental, realizada em sessões regulares e contínuas, conduzidas por um mesmo terapeuta ou profissional de sua equipe, ora com a própria paciente sozinha, ora com o casal, sendo esta última postura de tratamento, bem mais eficiente no controle e na eliminação da dor, devido a rápida interação dos parceiros entre si e com o seu psicoterapeuta, na combinação e aplicação de ações práticas que revigoram a confiança mútua e, em consequência, a sexualidade sadia, prazeirosa e sem qualquer incômodo ou dor.
Normalmente, o tempo de tratamento da dispareunia provocada por causa física é quase que imediata após o início dos medicamentos e/ou procedimentos médicos ou logo depois do tempo de recuperação da cirurgia indicada no caso. O tempo médio de tratamento da dor gerada por causa psicológica é de 2 a 6 meses, sendo que o tratamento conjunto do casal, obviamente, reduz substancialmente o tempo da terapia proposta.

(Artigo retirado da entrevista concedida pelo Dr. Ricardo Szilard Galgoul, Clínico Geral e Especialista em Sexualidade Humana, em 2009)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

RESPONDENDO ÀS SUAS DÚVIDAS!


Boa tarde, pessoal! Como estão?

Uma pergunta rápida para vocês: Quem aqui tem alguma dúvida a respeito da Endometriose??? Creio que todas nós, não é?

Observando e acompanhando nosso blog, percebemos que ao longo destes 3 anos recebemos muitas, mas muitas dúvidas sobre diferentes assuntos relacionados à Endometriose e também à Infertilidade. Estas dúvidas surgiam tanto aqui, em nosso blog, através dos comentários das postagens, como também, mais recentemente, através dos nossos grupos no Facebook.

E não é prá menos! A Endometriose é uma doença que traz mais dúvidas que respostas, por isto falamos tanto que ela é enigmática!

Mas, que tal começarmos a desvendar um pouco esta doença tão complicadinha? Para isto, nada melhor que contar com o apoio de um médico especialista em Endometriose, não acham?

Resolvemos, então, selecionar algumas perguntas e convidamos um especialista para respondê-las! Como são muitas dúvidas, estaremos sempre publicando quatro a cinco perguntas por postagem, assim fica mais fácil de ler e entender!

Na postagem de hoje, quem está "RespondEndo" é o Dr. Edvaldo Cavalcante, médico ginecologista especialista em Endometriose e cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia e cirurgia robótica). Ele também é membro da World Endometriosis Society, da American Association of Gynecologic Laparoscopistis e da AAGL - Advancing Minimally Invasive Gynecology Worldwide.

Importante lembrar que todas as informações contidas aqui são apenas informativas e não substituem em hipótese alguma a consulta com o seu médico.

------------------------------------------------------------*-----------------------------------------

1) Se eu tirar meu útero e os ovários, ficarei curada da Endometriose?

Dr. Edvaldo Cavalcante: Antes de mais nada, cabe ressaltar que o melhor tratamento para a endometriose não é a retirada do útero ou dos ovários. Se fôssemos pensar em uma atitude tão drástica como esta, é lógico que apenas a retirada dos ovários levaria a uma melhora clínica da endometriose, mas as suas consequências poderiam ser ainda piores. Colocaria a mulher em um estado de menopausa (os ovários são responsáveis pela produção dos hormônios femininos) com  todas  as  suas  consequências.  

2) Quem tem "escape", mesmo tomando AC contínuo, pode piorar da Endometriose?

Dr. Edvaldo Cavalcante: Essa hipótese poderia ser possível, se a causa da endometriose fosse apenas a menstruação retrógrada (refluxo do sangue pelas tubas uterinas para cavidade abdominal). Como a causa da endometriose ainda é incerta, não podemos afirmar com certeza que o escape levaria a piora da endometriose. Há outros fatores associados à gênese dessa doença, como: fatores genéticos, imunológicos e hematológicos.   Vale lembrar que há pacientes em amenorreia absoluta com uso de AC com piora clínica da endometriose.

3) Qual o melhor tipo de parto para a portadora de Endometriose: cesário ou normal?

Dr. Edvaldo Cavalcante: Não existe nenhuma relação entre a endometriose e a escolha da melhor via de  parto. Portanto, a escolha do parto, cesário ou normal, caberá ao médico e à paciente no decorrer do pré-natal.

4) Quais são os sintomas da Endometriose nos nervos? Como descobrir?

Dr. Edvaldo Cavalcante: Quando uma lesão de endometriose está associada a algum nervo, o principal sintoma é a dor. A depender da  localização da lesão, podemos encontrar maior ou menor intensidade da dor. Segundo alguns estudos, lesões localizadas em Septo-retovaginal, por estarem mais próximas das fibras nervosas, geralmente se manifestam com maior intensidade de dor que as lesões peritoneais ou ovarianas, respectivamente.

Para diagnóstico do possível comprometimento de alguma fibra nervosa, vale a investigação minuciosa da queixa  clínica e de todas as suas manifestações. Os exames de imagem podem ser úteis para a orientação diagnóstica. A cirurgia por videolaparoscopia pode confirmar o comprometimento da fibra nervosa. Podemos exemplificar abaixo o nervo hipogástrico livre e comprometido por fibrose:


Nervo Hipogástrico Direito Livre


Fibrose (nódulo) em N. Hipogástrico esquerdo antes da cirurgia terminar



 Nervo Hipogástrico Esquerdo sem Fibrose após término da cirurgia

5) Quanto tempo, em média, o corpo leva para formar novas aderências e/ou fibroses após um procedimento cirúrgico? Elas desaparecem com algum tipo de medicação? Todas as pessoas que fazem cirurgia, formam aderências?

Dr. Edvaldo Cavalcante: A cavidade abdominal é revestida por uma fina membrana denominada peritônio. O processo de aderência se inicia juntamente com o processo de cicatrização. A partir de uma resposta do peritônio às diferentes agressões como: infecção, irritação química e trauma direto (cirurgia), desencadeando uma resposta inflamatória local. As aderências não respondem (não desaparecem) ao uso de medicação e são  formadas na grande maioria das cirurgias, com intensidade variável. Presentes em até 93% das laparotomias (cirurgia convencional) e menos frequentes nas cirurgias por videolaparoscopia. Algumas estratégias podem ser utilizadas na prevenção das aderências: alguns cuidados na técnica operatória e o uso de algumas barreiras físicas de proteção (barreiras mecânicas sólidas, barreiras bioabsorvíveis em forma de gel ou filmes)


------------------------------------------------------------------------*--------------------------------------------------

Se você tem dúvidas e gostaria que fossem respondidas por um médico especialista, envie-nos um e-mail para: gapendi@hotmail.com

Até a próxima!

Marília Gabriela
Luciana Diamante




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

1 ANO DA FAN PAGE "ENDOMETRIOSE ONLINE"!


Olá amigas e amigos do Gapendi!!

Esperamos que todos tenham tido uma excelente passagem de ano!


Iniciando nossos trabalhos, é com grande orgulho e alegria que escrevemos nossa primeira postagem de 2013 para parabenizar a fan page do Gapendi no Facebook: "Endometriose Online".

Esta página foi criada depois de percebermos a necessidade de termos um meio de comunicação que pudesse juntar todas as informações mais recentes sobre a endometriose, além de mostrar a realidade das portadoras e reivindicar nossos direitos, através de postagens criativas e interativas.

Ao longo do ano, publicamos informações preciosas sobre a Endometriose, envolvendo questões como o diagnóstico, tratamento, as recentes pesquisas, as novas medicações, entre outras.

Também idealizamos e editamos diversas postagens com imagens que tiveram grande aceitação e muitos compartilhamentos.

Porém, umas das grandes conquistas da página foi servir como meio de protesto contra a maneira como as Portadoras de Endometriose têm sido tratadas atualmente em nosso país: com total descaso.

Muitas pessoas não sabem, mas a Endometriose é uma doença que custa muito caro, e poucas são as portadoras que tem acesso a um tratamento digno e de qualidade. A página Endometriose Online procurou mostrar esta realidade diversas vezes, para alertar nossos governantes e reivindicar nossos direitos como portadoras de uma doença crônica.

Sabemos que ainda somos "pequenas" perto do que gostaríamos de atingir, mas a idealização desta fan page já foi um grande começo para atingirmos nossos objetivos. E estamos felizes com a existência desta página.

Em apenas um ano, a página Endometriose Online ganhou muitos fãs, além de várias "curtidas" e compartilhamentos. Também respondeu diversas dúvidas das portadoras, procurando sempre orientá-las da melhor maneira possível.

Temos certeza que a união entre as portadoras e todas as pessoas que abraçam a nossa causa foi o que fez a página crescer e ganhar destaque. E é exatamente esta união que representa o nosso "logo":



Então, hoje é dia de festa! E queremos agradecer e convidar a todos para festejar conosco e continuar colaborando com a nossa página, compartilhando entre os seus contatos, enviando sugestões e comentários, para que assim a Endometriose possa ser muito mais conhecida!

Se você ainda não curtiu a fan page Endometriose Online, clique aqui e aproveite para conhecer  todas as postagens já publicadas!

Até breve!


Equipe Gapendi