sexta-feira, 10 de outubro de 2014

EM BUSCA DA MATERNIDADE!! HISTÓRIA DA NOSSA ENDOAMIGA FABÍOLA ROCHA

Olá!!!

Hoje vamos trazer a história da nossa amiga Fabíola Rocha. Muitas de vocês já conhecem a Fabíola dos nossos grupos no Facebook e/ou do Movimento "Tratamento Infertilidade para Todos" porém, poucos conhecem exatamente a história de perseverança e  garra da nossa amiga!!!
A Fabí, como é carinhosamente chamada, sempre teve o sonho da maternidade, desde que casou. Porém, no meio do caminho para a realização deste sonho, ela descobriu a Endometriose grau II. 
Ao todo, a Fabíola já fez, 6 Fertilizações InVitro e, infelizmente, teve 2 abortos no meio desse caminho!! O mais genial da Fabíola é que, mesmo com todas as pedras no caminho, ela não desiste do seu tão sonhado positivo!!!
Preparadas para conhecerem essa grande história?!!


"Olá, e sou a Fabíola Rocha e tenho 36 anos. Casei em maio de 2009 com a ideia de engravidar imediatamente após o “SIM” porque eu já estava com 31 anos e me sentia “velha”. Logo após o casamento, mudança de rotina, e veio uma crise hipertensiva e um cálculo na vesícula, por disso tive que adiar um pouco o planejamento de engravidar.

Bom, a minha história com a infertilidade começou em janeiro de 2010 quando cheguei ao consultório do ginecologista pra saber o que eu deveria fazer pra engravidar, que vitaminas tomar e etc. Relatei que sentia desconforto com cólicas na menstruação e o Doutor suspeitou de endometriose. Fiz a ressonância magnética e o laudo foi inconclusivo, mas mesmo assim o Dr pediu pra fazer a videolaparoscopia.

No consultório médico mostrou o vídeo da cirurgia e eu fiquei em choque, não imagina que o sangue da menstruação pudesse se alojar em outros lugares. Fui diagnosticada com endometriose grau 2 e liberada pra começar a “treinar”.
Engravidei no primeiro ciclo de coito programado com o uso de indutores injetáveis, porque além de endometriose tenho SOP (Sindrome do Ovario Policístico) e meus ovários precisam de um empurrão pra funcionar. Pensei: “nossa não é que é mesmo fácil engravidar?” Mas após uma série de ultrassons não surgia batimentos cardíacos e o BHC não evoluía muito. Estava com aborto retido. Era 28 de junho de 2010, oitavas de finais da Copa, o Brasil jogava contra o Chile (3x0) e eu estava com um aborto retido.


Dois meses depois voltei a fazer os coitos programados com o uso de indutores. Um ciclo atrás do outro fazendo amor com data e hora marcada. O tempo foi passando, eu não engravidava, voltei a sentir dores, o medico também suspeitou que as trompas estavam com problemas e fiz outra videolaparoscopia. No consultório vendo o vídeo da cirurgia o Doutor me disse: “será difícil engravidar com a trompas do jeito que estão, mas não impossível”. Tentamos mais dois ciclos de coito programado e nada. Então ele me chamou pra conversar e disse: você precisa de FIV pra engravidar.




Meu chão desabou! Abriu um buraco enorme. Pra mim FIV era coisa que as mulheres ricas e famosas faziam pra engravidar, e eu não era nem rica e nem famosa. Não tinha com tentar uma FIV com esse Doutor por causa do valor e fui à procura dessas clínicas com projetos sociais e preços mais acessíveis. Mesmo assim o valor era alto, mas tentei.

Engravidei na primeira FIV e novamente pensei: “nossa, não é que o negócio de FIV funciona mesmo?” Beta HCG subindo, enjoos, sono... eu estava grávida e dessa vez estava tudo bem! 

2 de janeiro de 2012, primeira ultrassom do pré natal, o doutor olha fixamente pra tela do ultrassom e diz: “más notícias”. Logo pensei que estava de novo sem batimentos, mas o dr disse que estava com batimentos, mas não estava no útero e pela qualidade do ultrassom não dava pra saber o local exato e que precisava fazer a cirurgia porque ele já conseguia ver sangue acumulando no fundo do útero. Como que o embrião não poderia estar no útero se foi lá que eu coloquei ele?

Sai do consultório direto pra internação do hospital. Retiraram minha trompa direita que continha um embrião com um coração pulsando a 174 b/pm. Uma parte de mim foi embora naquele dia.... E eu só pensava em fazer outra tentativa e engravidar de novo.

3 meses depois fiz outra FIV e transferi 2 embriões. Nos 12 dias de espera pelo exame eu me sentia grávida, e de gêmeos, afinal se na primeira eu tinha transferido só um embrião e engravidei, agora com 2 eu estava grávida de gêmeos. Negativo. Chorei o suficiente pra encher uma represa inteira. Dois meses depois transferi dois embriões congelados e estava um pouco menos confiante. Outro negativo. O medico orientou a entrar em menopausa induzida. Passei 8 meses com calores, dores nos ossos e me sentia uma idosa. O mundo inteiro engravidando e eu em menopausa com 33 anos.

Então fui no meu primeiro encontro do Gapendi e finalmente conheci de perto as minhas amigas virtuais, vi que eu não estava sozinha e que eu não era um bicho de sete cabeças. Mas sabe aquele buraco que eu disse que tinha aberto? Ele ficou enorme. Eu não me alegrava e nem me emocionava com nada. Eu não sorria e nem chorava. Então meu marido me presenteou com um filhote de shitzu e eu voltei a viver.

Janeiro de 2013, ano novo vida nova. E FIV nova. Outro negativo. Dois meses depois transferi os congelados e outro negativo. Eu chegava chorando em casa e meu filho de 4 patas lambia tudo.

Fiz uns exames caros e todos particulares e então fui diagnosticada com falha de implantação. Me refiz física, mental e psicologicamente e em junho desse ano fiz outra tentativa de FIV. Copa do Mundo... Brasil x Camarões (4x1) e eu estava com mais um Bhcg negativo em mãos e sem nenhuma perspectiva de quando recomeçar a sonhar em ser mãe... Esse negócio de Copa do Mundo me deixa meio “deprê” (risos).

A infertilidade me roubou duas coisas: o convívio social e qualidade de vida. Que levante a mão a mulher infértil que não se afastou dos amigos e da família por causa da cobrança e da temida frase: “cadê o bebê”? E a qualidade de vida? Bom, o que é qualidade de vida pra uma pessoa que é privada de muitas coisas porque sente dores até mesmo fora do período menstrual e quando menstrua sangra igual a um filme de terror?



Mas também a infertilidade me deu outras duas coisas: amigas maravilhosas que eu jamais conheceria se não estivesse atravessando um deserto, e uma fé inabalável, pois se não estiver nos planos de Deus que seu seja mãe, com certeza Ele dará o conforto que meu coração tanto precisa."


Agradecemos imensamente a Fabíola por dividir conosco a sua história!!Ela AINDA não teve um grande final feliz, mas sabemos que quando a gente menos esperar o positivo vai surgir!! 
Esse tipo de depoimento só nos mostra o quanto é preciso e necessário lutarmos pelo nosso sonho, independente de quantas vezes tenhamos que recomeça-lo, o importante é nunca desistir!!!


Até mais!!!



Equipe GAPENDI

Marília Rodrigues
Luciana Diamante

2 comentários:

  1. Olá Fabi e mulheres corajosas e queridas que sonham em ser mães, escrevo para contar para vocês, da minha experiência, eu também me casei aos 30 anos e louca pra logo ser mãe e um pouco antes do casamento fui diagnosticada com endometriose, fiz videolaparoscopia e para encurtar a história, fiz praticamente todos os caminhos que se tem pra tentar a maternidade, desde a ir a consultorios e preparar o bolso para as fertilizações, bem eu chorava feito criança por esse bebê, diagnosticada em 2001 e em 2007, exatamente no dia 05 de junho, uma das médicas me disse você tem alguns caminhos, ter filhos, ah, tá, e o mais urgente realizar uma cirurgia pois sua endometriose é do ultimo grau, com comprometimento do intestino, sai arrasada da consulta, chorando, desesperada, fui a igreja e soluçando no grupo de oração dizia, eu quero ser mãe, bom, resolvi ir a outro médico e ele me disse olha, não adianta você fazer novamente cirurgia, nada vai mudar muito, olhe tome esse anticoncepcional e faça exercicios, corra, dance, e ao mesmo tempo comecei a fazer terapia, e simplesmente desencanei, o que digo, no mês que iria iniciar a pílula, minha menstruação atrasou, mas como, isso nunca tinha acontecido, e então realmente eu estava grávida, e ela nasceu no dia 05 de junho de 2008, exatamente um ano após eu sair com o pior diagnostico da minha vida. Sim, eu acredito que temos que buscar tudo que possa melhorar nossa vida, e as vezes viver um dia de cada vez, chorar sim, mas ter fé, dançar, cantar, encontrar com nossos amigos, chorar juntos com eles. Meninas sei do tanto que vocês lutam e lutar já é sempre uma vitória, não desistam!

    ResponderExcluir
  2. Olá, querida Fabíola:

    Você é tão forte e abençoada. Com sua determinação e fé, seguiu em frente em cada um desses grandes desafios. Um grande exemplo de superação, de vitória. Obrigada por escrever, por contar seus sonhos e lutas, por compartilhar sua fé. Com sua história, percebo a necessidade de amar o que temos, nossa família, nosso marido, nossa vida. Valorizar com alegria cada instante, cada nova realização, cada experiência. Acho que o sentido de ter um filho é isso: amar a vida. Dessa forma, gerando ou não uma criança, estamos no mundo para realizar, para escrever novas histórias, para amar e se deixar amar. Sua vida é uma história de amor. Um grande abraço! Fique sempre com Deus.

    ResponderExcluir