quinta-feira, 11 de setembro de 2014

RESPONDENDO: PERGUNTE AO DOUTOR - COM O ESPECIALISTA DR. ALEXANDER KOPELMAN (2a. parte)

Olá a todos!!






Hoje vamos retornar com nosso quadro "RespondEndo: Pergunte ao Doutor" mais uma vez com a participação do Dr. Alexander Kopelman, um de nossos médicos ginecologistas colaboradores desta sessão. Para quem não sabe Dr. Alexander já nos ajudou respondendo seis questões super pertinentes a respeito da endometriose. Quem não leu, clique aqui e confira.

Nesta publicação, o doutor irá esclarecer algumas dúvidas que sempre surgem entre as portadoras participantes dos nossos grupos do Gapendi, como por exemplo a respeito das temidas aderências pélvicas.

Com certeza, cada uma aqui já deve ter ouvido o termo "aderências" em algum momento do tratamento da endometriose. Para quem não sabe, as aderências são faixas anômalas de tecido cicatricial que se formam na pelve e fazem com que os órgãos fiquem grudados ou colados entre si. Estas aderências podem surgir do próprio processo inflamatório da endometriose, assim como após procedimentos cirúrgicos, como a realização da videolaparoscopia. Mas, a pergunta que fica é: "Será que as aderências causam dores?" e "existe tratamento para as aderências"?

Falando em cirurgia ou a famosa videolaparoscopia, você já ouviu ou leu relatos de meninas que já passaram por 3, 4, 5 até 6 ou mais procedimentos cirúrgicos para tratamento da endometriose? Afinal, quantas cirurgias uma portadora precisa fazer? E se a mulher optar por não tratar a endometriose, o que pode acontecer? Ainda pensando sobre a cirurgia, será que se eu retirar o útero e também os ovários irei ficar, finalmente, livre da endometriose?


Muitas dúvidas, não é mesmo meninas? Mas, calma! Ainda tem mais! Dr. Alexander também vai responder sobre os famosos "escapes menstruais" que podem ocorrer quando fazemos uso de anticoncepcionais de uso contínuo! Será que eles podem piorar a endometriose?

E, por fim, uma questão sobre a diferença entre dois medicamentos para a endometriose bastante utilizados: Qlaira e Allurene. Será que tem diferença entre eles?

Então, vamos ler com atenção as respostas abaixo para tirarmos todas as nossas dúvidas! E se você tem alguma questão ainda não respondida nesta sessão, envie para o nosso e-mail (gapendi@hotmail.com), pois em breve publicaremos em nosso blog!

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1)        Existe tratamento para as aderências que formamos por causa da endometriose? É verdade que elas causam dores?


Dr. Alexander: As aderências pélvicas que surgem junto à endometriose provocam dores por estimular nervos e deformar a anatomia pélvica. O tratamento inicial é clínico, através de medicamentos analgésicos, antiinflamatórios, fisioterapia ou acupuntura. Para algumas mulheres, no entanto, a melhor opção é a cirurgia. Nesses casos, podemos desfazer as aderências, permitindo o restabelecimento da anatomia dos órgãos pélvicos e abdominais, causando alívio do quadro doloroso.

2)        Quantas cirurgias uma portadora de endometriose precisa fazer?


Dr. Alexander: Há muitos anos que o tratamento cirúrgico da endometriose vem sendo aperfeiçoado e debatido nos congressos mundiais. Atualmente consideramos que o ideal é a mulher com endometriose realizar apenas uma cirurgia, nas melhores condições técnicas possíveis, permitindo a remoção total das lesões no mesmo tempo cirúrgico. Para que isso seja possível, as lesões profundas devem ser estudadas detalhadamente antes do procedimento, através de ressonância magnética de pelve ou ultrassom transvaginal com preparo intestinal.  Isso permite à equipe médica realizar um cuidadoso planejamento cirúrgico, o que é fundamental para que a cirurgia seja completa.

3)        Se eu não tratar a endometriose, o que pode acontecer? 


Dr. Alexander: A endometriose mínima não tratada tende a ser progressiva, ou seja, quanto mais tardio o tratamento maiores as chances de avanço para doença profunda. A doença avançada, além de se associar a maior risco de infertilidade tem tratamento cirúrgico mais complexo com alto custo e pós-operatório mais longo do que acontece nas fases iniciais. Além disso, a doença inicial apresenta maior resposta aos tratamentos clínicos, o que nos permite evitar intervenções cirúrgicas em muitas mulheres. Quando já está em fase avançada, a falta de tratamento pode permitir o avanço da doença até os ureteres, podendo afetar a função dos rins.

4)        Se eu retirar útero e ovários, fico curada da endometriose?


Dr. Alexander: A maioria das mulheres que realizam cirurgia para retirar útero e ovários fica curada da doença. A queda hormonal, semelhante à menopausa e a falta de menstruação tornam muito difícil retorno da doença, Entretanto, assim como existem raros casos de mulheres com endometriose na menopausa, o mesmo pode acontecer após esta cirurgia.

5)        Estou tomando anticoncepcional contínuo, mas todos os meses eu tenho "escapes". Será que o escape pode piorar a minha endometriose? O que fazer para não ter mais os escapes?


Dr. Alexander: É muito comum ocorrerem “escapes” quando se utiliza anticoncepcional de forma contínua. Esse tipo de fluxo não piora os quadros de endometriose nem aumenta a chance de retorno da doença que já foi tratada. Para que isso fique claro, é fundamental entender a diferença entre esse tipo de sangramento uterino do fluxo menstrual fisiológico, responsável pelo desenvolvimento da endometriose. A menstruação é um tipo de fluxo cheio de células endometriais que se desprendem da cavidade uterina e por isso são prejudiciais caso consigam atingir a cavidade pélvica, através do que chamamos de fluxo tubário retrógrado. No caso dos “escapes” isso não acontece, porque se trata de um fluxo com poucas células endometriais e por isso chamado de fluxo sanguíneo acelular. Ele acontece porque o endométrio fica atrófico (muito fino) levando ao rompimento de pequenos vasos sanguíneos e não por descamação endometrial.

6)        Qual a diferença entre o Qlaira e o Allurene?


Dr. Alexander: As duas medicações contem o Dienogest, um tipo de progestágeno recentemente produzido, que mostrou ter boa ação sobre os focos de endometriose. Enquanto o Allurene possui apenas esse composto em sua formulação, a pílula Qlaira possui também um estrogênio, o valerato de estradiol, e foi lançada inicialmente apenas como um contraceptivo. Recente estudo sugere que, talvez, a associação hormonal semelhante à presente na Qlaira tenha efeito benéfico no tratamento da endometriose.

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Sobre o Dr. Alexander Kopelman:

Formando pela Escola Paulista de Medicina, o Dr. Kopelman possui mais de 10 anos de experiência no tratamento da endometriose, além de dor pélvica crônica, cirurgia por Laparoscopia e Histeroscopia. Recentemente foi convidado a coordenar o mais novo Centro de Endometriose em São Paulo no Hospital Santa Catarina.

Ele também é responsável pela Equipe de Videolaparoscopia para Urgência Ginecológica do Hospital Santa Catarina e pela Unidade de Laparoscopia do setor de planejamento familiar da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Além de atender em seu consultório particular.

Agradecemos imensamente à disponibilidade e gentileza do Dr. Alexander por aceitar participar desta sessão do nosso blog, sendo o nosso mais novo colaborador! Com certeza, já está sendo de grande ajuda a todas nós, portadoras, que necessitamos conhecer melhor a doença que enfrentamos! Ele ainda responderá outras questões que publicaremos, em breve, no blog!

Acompanhe-nos! Torne-se uma seguidora do nosso blog!

E se você tiver dúvidas sobre a endometriose, escreva prá gente: gapendi@hotmail.com. Se a sua pergunta for selecionada, aparecerá publicada aqui no blog!
Você também pode publicar sua dúvida e/ou sua experiência com a endometriose no nosso grupo, no Facebook. Onde, também, poderá conversar com outras portadoras! Basta clicar no link abaixo e solicitar sua participação!

https://www.facebook.com/groups/gapendi/

Quem quiser entrar em contato ou marcar uma consulta com o Dr. Alexander, seguem os endereços dos locais aonde ele atende:

CENTRO DE ENDOMETRIOSE DO HOSPITAL SANTA CATARINA
Av. Paulista, 200 – Bela Vista – São Paulo – SP
7º andar – Bloco B – ao lado da Medicina Fetal
Telefone p/ agendamento: (11) 3016-4113

 CONSULTÓRIO PARTICULAR:
Rua Leandro Dupret,115 – Vila Clementino – São Paulo - SP
Próximo ao Hospital São Paulo
Telefone p/ agendamento: (11) 5082-2911
Site: http://www.endometriose.net.br/



Até a próxima!

Equipe Gapendi

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

VEJA COMO PARTICIPAR DA PESQUISA SOBRE ENDOMETRIOSE DESENVOLVIDA PELA UEZO/FIOCRUZ

Olá, meninas!!

Lembram-se que publicamos aqui que as participantes do Gapendi foram convidadas a serem voluntárias em um estudo sobre a Endometriose que vem sendo realizado na cidade do Rio de Janeiro pela UEZO (Universidade Estadual da Zona Oeste) em parceria com a FioCruz e outras instituições? Inclusive, até promovemos uma palestra para as portadoras cariocas, ocorrida no dia 02/08/2014, onde puderam conhecer de perto sobre a pesquisas e também serem voluntárias. (Clique aqui para saber como foi a palestra).

Pois bem, os pesquisadores envolvidos no estudo estão abrindo a possibilidade para que aquelas portadoras que não puderam comparecer na palestra também possam ser voluntárias da pesquisa, se assim desejarem!

COMO PARTICIPAR?

1) É preciso que você tenha o diagnóstico da endometriose confirmado, através de exames e/ou laudo da cirurgia.

2) Envie um e-mail para pesquisaendometriose@hotmail.com informando seu nome, idade e seu desejo em ser voluntária deste estudo.

3) Aguarde o e-mail de resposta: os pesquisadores irão responder com todas as informações sobre como você poderá participar.

Obs.: Lembrando que a pesquisa está sendo feita na cidade do Rio de Janeiro, porém portadoras de outras regiões que tiverem condições de ir até os locais de coleta, também podem participar.

Segue abaixo um texto para que conheçam mais sobre esta pesquisa! 

PARTICIPEM! VAMOS CONTRIBUIR PARA O AVANÇO TANTO NO DIAGNÓSTICO QUANTO NO TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE!


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Apresentação do estudo e as explicações sobre a participação voluntária:


Caracterização de polimorfismos em genes envolvidos com a predisposição do desenvolvimento da endometriose
           
          Pesquisador Responsável:
          Dr. Plinio Tostes Berardo (HFSE)
          Equipe de Pesquisa:
          Dra. Jamila Alessandra Perini (UEZO)
          Dra. Ilce Ferreira da Silva (IFF – FIOCRUZ)
          Aline Cristina de Jesus (ENSP – FIOCRUZ)

"A endometriose é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, acometendo entre 3 a 20% das mulheres da população mundial, entre 15 a 45 anos. Embora seja considerada uma doença da modernidade por estar fortemente associada a um estilo de vida ainda não tem uma etiologia clara, acredita-se então que a endometriose seja uma doença de origem multicausal, fatores genéticos que, interagindo com os fatores ambientais, podem modular o risco de endometriose nessas mulheres. Neste contexto, o estudo do perfil genético e sua interação com os fatores ambientais poderiam explicar, em parte, a suscetibilidade para o desenvolvimento da endometriose. Assim, o objetivo deste trabalho é estimar o efeito da interação entre fatores ambientais selecionados e polimorfismos genéticos em uma série de casos de endometriose, visando contribuir para o conhecimento sobre a etiologia da endometriose. O estudo já se encontra em andamento em dois hospitais federais do serviço público do município do Rio de Janeiro (Hospital Federal dos Servidores do Estado - HFSE e Hospital Federal da Lagoa - HFL), desde Março/2011, com aprovação pelo comitê de ética do HFSE. São elegíveis como casos todas as mulheres com diagnóstico de endometriose.
A participação no estudo é VOLUNTÁRIA, e caso a voluntária concorde em participar do estudo deverá passar pelas seguintes etapas: (a) entrevista com um profissional da saúde da equipe de pesquisa que lhe explicará as etapas e procedimentos do estudo e poderá esclarecer as suas dúvidas em relação ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e ao Questionário Clínico-Demográfico; (b) assinatura do Termo de Consentimento; (c) preenchimento do Questionário Clínico-Demográfico, que visa a obtenção de informações clínicas e demográficas das pacientes envolvidas no estudo, tais informações destinam-se a assegurar a abrangência e restringir eventuais tendências da amostra populacional; (d) coleta de uma única amostra de sangue que será utilizada para a análise de alterações genéticas relacionadas ao desenvolvimento da endometriose as quais serão realizadas no Laboratório de Tecnologia em Produção de Fármacos (LTF) da Universidade Estadual da Zona Oeste (UEZO).
O Comitê de Ética em Pesquisa do HFSE aprovou este estudo, considerando-o ético e seguro. A participação no estudo é voluntária e mesmo que concorde em participar, a voluntária tem o direito de desistir e interromper a sua participação a qualquer momento, sem necessidade de justificar esta decisão. Este estudo não trará nenhum benefício imediato para as voluntárias assim como não receberá qualquer tipo de recompensa pela participação.
É garantida a confidencialidade das informações obtidas, não sendo divulgados dados pessoais em momento algum. Dados pessoais somente serão conhecidos pelos médicos e demais profissionais que participam deste estudo. Os resultados das análises serão do conhecimento da voluntária, caso manifeste esta vontade. Qualquer publicação que seja feita com os resultados desta pesquisa não incluirá nome ou outros identificadores das participantes da pesquisa. Não haverá despesas pessoais para as voluntárias em qualquer fase do estudo. Não há compensação financeira relacionada à participação."

Até a próxima!

Equipe Gapendi